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Saúde e medicina
Curso: Saúde e medicina > Unidade 17
Lição 1: #Abuso e dependência de drogas- Abuso e dependência de drogas
- Visão geral de drogas psicoativas
- Drogas psicoativas: calmantes e opiáceos
- Drogas psicoativas: estimulantes
- Drogas psicoativas: alucinógenos
- Homeostase e toxicodependência
- Fatores de risco para uso de drogas e abuso de drogas
- Transtornos de uso de substância
- O desenvolvimento do uso de substâncias - Por que as pessoas usam substâncias legais e ilegais?
- Por que algumas pessoas, mas outros não, desenvolvem problemas de uso de substância?
- Gatilhos para dependência de drogas e tratamentos
- Como o uso de drogas se transforma em vício
- Prevenção do consumo de drogas - programação escolar e fatores protetores
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Prevenção do consumo de drogas - programação escolar e fatores protetores
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- Como trabalhar nas escolas?(1 voto)
Transcrição de vídeo
RKA2MB - Um tópico muito importante em
qualquer conversa sobre abuso de drogas é a prevenção do abuso de drogas, ou se algo pode ou não ser feito para evitar
o abuso de drogas antes que ele comece. Vamos começar falando sobre o governo. O governo tenta prevenir o abuso de drogas
tornando certas substâncias ilegais. E, fazendo isso, eles tentam limitar a disponibilidade dessas substâncias, o que é uma forma de prevenção. O governo também tenta impedir o uso e abuso
punindo aqueles que usam e vendem substâncias. E a ideia aqui é clara:
as pessoas não gostam de ser punidas. Então, elas não vão usar e abusar de
substâncias se isso leva a uma punição. Outra maneira que faz com que as pessoas
tentem evitar o uso e abuso de drogas é através de vários programas que são destinados
a crianças, pré-adolescentes e adolescentes. E esses programas são frequentemente apresentados em escolas, grupos religiosos e grupos de jovens, e seu objetivo é parar o uso
de drogas antes que ele comece. Você pode estar familiarizado com alguns desses programas se você vive nos Estados Unidos. Você pode ter passado por eles quando estava
na escola primária ou no ensino médio. Dois são muito populares: a "Educação
para Resistência ao Abuso de Drogas" e o programa chamado "Apenas Diga Não". Estes tipos de programas podem ser ministrados por professores e integrados nos currículos existentes, ou eles podem ser ensinados
por alguém de fora da escola, incluindo palestrantes convidados,
ou até mesmo policiais. E esses tipos de programas, embora
um pouco diferentes um do outro, tendem a se concentrar em três coisas principais.
A primeira é a informação factual sobre drogas. E esta informação é geralmente seguida por histórias de coisas ruins que acontecem
com pessoas que usaram essas substâncias. Também incluem treinamento que visa
aumentar a autoestima da criança, com o objetivo de ajudá-la a resistir à pressão de colegas que poderiam levá-la a usar drogas mais tarde. Tempo e dinheiro foram gastos implementando esses programas (e eles certamente têm boas intenções), mas mais de 20 anos de avaliação desses
programas mostraram que eles não são eficazes. Indivíduos que participam desses programas são tão prováveis a usar substâncias
como aqueles que não participam. Na verdade, alguns estudos mostraram que esses programas podem realmente ser contraproducentes, ou seja, às vezes há uma taxa
maior de abuso de substância entre indivíduos que participam
desses programas. E, se houver alguma eficácia,
esta está muito limitada, e só costuma funcionar por um curto período após a intervenção e não costuma ter um efeito a longo prazo. Então, só para ficar claro: enquanto há alguns estudos que mostram aumento ou diminuição do uso de drogas em indivíduos que participam desses programas, a grande maioria deles não mostra diferença alguma. E, agora, você pode estar se perguntando por que será que estes programas muito bem-intencionados têm altas taxas de fracasso. Uma razão pode ser que esses programas têm
como alvo crianças que são muito jovens para entender realmente essas mensagens. E há um grande número desses programas
que se concentram nas crianças antes de chegarem à adolescência. Talvez seja muito difícil afirmar que elas vão dizer "não" às drogas antes que elas possam realmente entender as pressões e as implicações sociais
que podem cercar essa discussão. Mas, ao mesmo tempo, há também programas que
se concentram em indivíduos na adolescência, e é possível que os adolescentes possam
ser muito velhos para essas mensagens. Talvez jovens nessa faixa etária já tenham aprendido sobre o uso de substâncias com seus colegas, e assim, eles não podem ser
influenciados contra o abuso de drogas. E, como você deve ter notado, essas
duas coisas meio que se contradizem. Então, o que realmente pode
estar levando a isso é o conteúdo. Pode ser que a informação que funciona bem com as crianças mais novas não funcione para os mais velhos, e vice-versa. Há, provavelmente, algumas mensagens
que podem ser dadas aos adolescentes que não fazem sentido para
alunos do ensino fundamental. Então, a chave aqui pode ser encontrar
o equilíbrio certo de informações. E talvez esses programas não tenham
descoberto esse equilíbrio ainda. E isso me lembra de outro ponto que
eu queria abordar sobre o conteúdo: os programas que dependem de táticas
de medo são, geralmente, ineficazes, e não entendemos totalmente
por que isso acontece. Pode ser que, apesar de crianças,
adolescentes e pré-adolescentes compreenderem as
mensagens desses programas, eles podem não pensar nas
consequências que a eles se aplicam. Assim, enquanto eles podem ser receptivos
a táticas assustadoras a curto prazo, isso não afetará a tomada
de decisões a longo prazo. E os programas que apenas apresentam
os fatos sobre o uso de drogas e deixam de fora quaisquer táticas
de medo ou mensagens moralistas? Bem, acontece que, infelizmente, esses
programas também não são eficazes. E sobre programas que
aumentam a autoestima? Programas que fazem os estudantes
jurarem que vão dizer "não" às drogas? Como você pode ter adivinhado,
seguindo esse padrão, esses programas parecem
não influenciar o uso de drogas. E sobre aqueles estudos que mostram
o aumento do uso de drogas? Os estudos que mostram que os
participantes desses programas usam mais substâncias do
que os não participantes? Nesse caso, é possível que os participantes
desses programas sejam levados a pensar que o uso de substância é mais
popular do que realmente é. E, de forma não intencional, transmitindo
esta mensagem, pode tornar esses alunos a serem mais propensos a usar drogas. Também é possível, ao contar
aos alunos sobre drogas, tornando-os conscientes (dando conhecimento geral sobre elas)... pode levá-los a ficar mais curiosos sobre algumas das drogas que
eles tomaram conhecimento. Nós conversamos muito sobre
coisas que não funcionam, e, agora, quero mudar um pouco e falar
sobre algumas coisas que funcionam. Programas que usam colegas e adolescentes mais velhos para ensinar programas de prevenção de drogas podem ser levemente mais eficazes
do que programas que usam adultos. Embora o que eu diga não
esteja apoiado por todos os estudos; porque, em geral, é menos sobre quem
ensina e mais sobre o que é ensinado. Programas que se concentram no desenvolvimento
de habilidades sociais mais amplamente, como ensinar coisas como autocontrole e
controle do estresse, obtiveram algum sucesso. E isso não significa que programas não devam
incluir informações factuais sobre substâncias, ou mensagens sobre
autoestima e pressão dos colegas. Significa apenas que essas coisas
devem ser apresentadas sob outro contexto. Sei que a tendência é ser muito focado na
programação escolar sobre prevenção de drogas; mas acontece que existem também alguns fatores
sociais que podem diminuir o uso de drogas, coisas completamente fora da
programação típica de prevenção de drogas. E, então, eu quero tirar um minuto
para falar sobre famílias e a maneira com que a estrutura familiar
pode influenciar no uso de drogas. E eu sei que os adolescentes, ao ouvirem
isso, não vão gostar nem um pouco. Então, eu peço desculpas antecipadamente. Mas alguns estudos mostraram que, quando os pais estão envolvidos na vida social dos seus filhos (quando eles conhecem seus amigos, e
monitoram suas atividades, e sabem seu paradeiro), isso parece diminuir o uso de drogas. Felizmente, há também várias outras
coisas que as famílias podem fazer que não se relacionam a estarem
envolvidas nas atividades de seus filhos. Uma é se assegurar de que a
família tenha uma ligação íntima, em que os membros da família se apoiam e
mostram que a casa é um ambiente acolhedor. Os pais também podem ter expectativas claras e consistentes, não apenas para o uso de drogas e álcool, mas também para coisas como
trabalho escolar e tarefas domésticas. Pode ser útil ter certeza de que a criança
se sente como integrante da família, e não apenas como
sendo controlado por ela, de modo a permitir que as crianças se
envolvam na tomada de decisões familiares. Mesmo em decisões muito pequenas,
estas podem ter forte influência. Antes de continuar e
falar sobre qualquer outra coisa, quero salientar que a maioria das pesquisas
feitas nessa área estão correlacionadas. Não somos capazes de
determinar causa e efeito. Então, pode ser que, estando ao lado das crianças,
isso as leve a usar menos substâncias; ou pode ser que as crianças que não usam
substâncias se sintam mais apoiadas pelos pais. Ou pode haver uma terceira variável: talvez ir bem na escola leve os alunos a
se sentirem mais apoiados pelos pais, e também os leve a usar
menos substâncias. E, porque esses estudos não nos
dão uma compreensão clara e direta, isso significa que não
podemos tirar conclusões firmes. Mas, mesmo com todos esses problemas,
estes estudos ainda são importantes pelo fato de haver um número de estudos
experimentais que comprovam isso, estudos que mostram causa e efeito. Também tenha em mente que algumas dessas
coisas não se prestam a estudos experimentais. Não podemos simplesmente pegar um monte de crianças e colocar metade delas em um lar acolhedor e metade delas em um lar não
acolhedor para ver o que acontece. Tenho certeza de que você
concordaria que isso não seria ético. Assim, apesar de estudos de correlação
sobre esse tema poderem não ser perfeitos, eles ainda são informativos. Mas não são apenas os pais que podem
ter um papel em reduzir o uso de drogas. Toda a comunidade pode
desempenhar um papel também. Alguns estudos mostraram que crianças que têm relações de apoio fora de sua família imediata tendem a usar menos substâncias. Professores, vizinhos, figuras religiosas...
todos podem desempenhar um papel importante. Também coisas como: ter acesso a
cuidados de saúde, cuidados infantis, programação familiar e
opções recreativas sem drogas. Todas essas coisas ou se correlacionam
com a diminuição do uso de drogas, ou foram demonstradas experimentalmente com intervenções familiares e comunitárias específicas. E isso implica que as escolas podem
desempenhar um papel importante além de fornecer uma programação
específica de prevenção às drogas. E elas também podem oferecer programação extracurricular e patrocinar eventos sociais. Basicamente, elas podem desempenhar o importante papel de dar aos filhos adolescentes e pré-adolescentes coisas para fazer que não
envolvam o uso de substâncias. Mas essas coisas não afetam
todas as crianças igualmente. Parece que ter uma comunidade e uma família de
apoio é mais importante para as crianças menores, enquanto que a escola e grupos de amigos tendem a ser mais importantes para adolescentes mais velhos. Resumindo, não há uma varinha mágica que possa impedir indivíduos de usar e abusar de substâncias. Não temos, atualmente, a habilidade para colocar
as crianças em uma sala por algumas sessões e esperar que elas possam mudar
suas visões de longo prazo. Dito isso, tem havido muitas pesquisas procurando novas estratégias de prevenção de drogas, e é bem possível que tenhamos
mais eficácia em programas no futuro. Mas, focar apenas nesse tipo de
programação não nos dá um quadro geral, porque a família e a comunidade
podem ter uma enorme influência. Ter uma família, uma escola e uma
comunidade que sejam fortes e carinhosas parece atuar como um importante fator de
proteção contra o uso e o abuso de drogas.