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Como o uso de drogas se transforma em vício

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Transcrição de vídeo

RKA2MB - Quando falamos sobre uso de substâncias e abuso de substâncias, temos que lembrar que são duas coisas diferentes, embora sejam, obviamente, relacionadas. Embora a maioria das pessoas que use substâncias nunca irá desenvolver um problema de abuso de substâncias, é verdade que todos que desenvolvem um problema de abuso de substâncias começam como um usuário. E, assim, é realmente importante para nós descobrirmos exatamente como o uso de substâncias se transforma em abuso de substâncias. A primeira teoria que quero discutir é o modelo "gateway", ou modelo de entrada. E esta teoria pode ser familiar para você. [Ela] Diz que algumas substâncias agem como drogas de passagem, significando que seu uso pode levar ao uso de outras substâncias mais perigosas. Assim, temos aqui o Pedro. E, quando ele era adolescente (ou talvez pré-adolescente), ele começou a experimentar álcool e cigarros. A partir daí, ele talvez começasse a fumar maconha, e, eventualmente, ele acaba usando drogas como heroína e cocaína. Assim, álcool e cigarro seriam a entrada que leva ao uso de maconha, que é, por si só, um portal para o uso de drogas mais pesadas. Assim, a experiência inicial de Pedro com substâncias menos perigosas leva-o a usar substâncias mais perigosas. Isso implica parecer que, se você pode impedir que as pessoas (especificamente jovens e pré-adolescentes) tenham experiências com fumo, bebidas e maconha, então elas nunca passarão para drogas mais pesadas. E esta é a base de muitos programas antidrogas nos Estados Unidos, que são direcionados para pré-adolescentes. E há algum apoio nessa ideia. Primeiro, a ordem do uso de drogas é bem típico. As pessoas que usam substâncias geralmente usam álcool e cigarros antes de usar maconha. E também é verdade que os indivíduos que usam substâncias mais perigosas, de fato, usam álcool, cigarros e maconha primeiro. Mas há alguns problemas nessa teoria. O primeiro é que a correlação não implica causalidade. Apenas porque os indivíduos tenham a tendência de seguir um determinado caminho para o uso de drogas não significa que um cause o outro. Pode ser que haja um terceiro fator, e isso é mais importante. Talvez qualquer um dos fatores de risco que mencionamos anteriormente. Talvez alguns indivíduos que usem heroína e cocaína teriam acabado usando, mesmo se não tivessem bebido álcool ou fumado cigarro primeiro. Em segundo lugar, isso pode ser sobre a disponibilidade, porque, mesmo não sendo álcool e cigarros legais para menores, eles estão prontamente disponíveis (mais do que as substâncias ilegais como a heroína e cocaína). Então, talvez o álcool e o cigarro sejam usados primeiro porque são mais fáceis para os indivíduos terem acesso. E, por último, apenas uma porcentagem muito pequena daqueles que usam álcool, cigarro e maconha acabam usando outras substâncias. Então, pode ser que a maconha não cause o uso de drogas mais pesadas, uma vez que isso é apenas verdade para um número muito pequeno de casos. Uma maneira diferente de pensar em como o uso de substâncias poderá progredir para o abuso de substâncias é uma teoria que se concentra em um uso continuado de drogas. Então, ao invés de dizer que uma droga leva a outra, esta teoria afirma que uma mudança no padrão do uso de substâncias é o que faz alguém mudar do uso para o abuso. Assim, isso poderia ser uma mudança na quantidade da substância usada, ou na disponibilidade da substância, ou até nas consequências do uso da substância. E essa teoria também sustenta que não existe um padrão direto que vá do uso de substância para o abuso. Em vez disso, há muitas reviravoltas ao longo do caminho. Então, vamos falar sobre o Pedro novamente. Talvez, em um cenário, Pedro use cocaína uma vez, numa festa, e nunca mais use novamente. Mas, num segundo cenário, talvez ele use numa festa, talvez ele deseje nunca mais usar, mas talvez aconteça que um dos seus amigos traga cocaína para uma festa, alguns anos depois, e ele a use novamente. E, daí em diante, ele a use a cada poucos anos, somente em situações sociais específicas e somente quando outras pessoas estão trazendo a substância. E nós diríamos que isso é um uso não problemático. Tudo bem, agora vamos falar sobre o terceiro cenário. E, nesse cenário, ele usa na primeira festa e, então, assim como no cenário anterior, ele continua usando de forma não problemática; mas vamos dizer que algo mude. Talvez encontre alguém que esteja disposto a vender a droga constantemente. Então, antes ele só usava quando outra pessoa trazia cocaína para festas. Agora, ele compra sozinho. Então, houve uma mudança na disponibilidade e uma mudança na oferta; e isso levou Pedro a usar a substância com mais frequência. E lembre-se de como isso está acontecendo. Pedro provavelmente tem muitas outras mudanças na vida dele também. Talvez ele tenha um novo emprego que exija muita energia, como um garçom ou um homem de negócios, e ele precise trabalhar até tarde da noite. Então, talvez, em vez de usar cocaína socialmente em festas, agora ele comece a usar para trabalhar. Então, esse padrão de uso de drogas também muda. E, por causa de todas essas mudanças, incluindo o fato de que ele está usando com mais frequência, talvez Pedro mude do tipo de uso não problemático para o abuso de substâncias. E, se ele continuar seguindo esse padrão, pode levar a um estado de dependência, um estado em que ele está viciado e experimentaria sintomas de abstinência caso tentasse parar. Assim, isso nos mostra os diferentes caminhos que as pessoas podem usar em termos de uso de substâncias; e também como diferentes padrões de uso podem mudar alguém da utilização para o vício. Mas eu acho que a parte mais interessante dessa teoria é que as pessoas podem ir e voltar ao longo desses caminhos. Então, talvez Pedro comece a perceber que a droga dele está ficando fora de controle, e assim ele recue do abuso de substâncias para o uso não problemático. E, então, ele decide que não vai usar cocaína para trabalhar e só vai usar em situações sociais. E talvez, depois de algum tempo, ele pare de usar completamente, talvez ele continue com o uso não problemático. Ou digamos que ele se envolva em um acidente de carro e depois disso ele se encontre em um programa de tratamento, onde há abstinência forçada. E, depois de um período de abstinência, talvez ele comece a usar com pouca frequência novamente, até que ele tenha um problema de saúde (talvez um ataque cardíaco), que pode estar ou não relacionado ao uso de cocaína. E essa possível mudança nas consequências do uso da droga o leva a se abster novamente. E, assim, dependendo de todas essas circunstâncias diferentes, todas essas diferentes mudanças de vida (disponibilidade de drogas, a quantidade que está usando, até coisas como ter ou não ter dinheiro para as drogas, ou até acabar preso ou se mudar para outra cidade etc.), todas essas mudanças nos padrões do uso de droga podem levar a um aumento ou a uma diminuição na quantidade de droga usada. Outra coisa interessante que você pode observar nessa teoria é que não se pode mudar de um único uso diretamente para o uso problemático. Em vez disso, eles precisam passar primeiro pelo uso não problemático. Essa teoria é bem clara em que o vício é um processo; não é algo que acontece imediatamente. E uma outra parte muito importante dessa teoria afirma que esse ciclo se repete individualmente para cada substância. Então, talvez Pedro tente cigarros uma vez e depois nunca mais os use. E talvez ele tenha bebido álcool de vez em quando, mas depois parou quando atingiu a meia-idade. E talvez o uso de cocaína siga um caminho mais complicado. Então, isso é muito diferente da teoria do "gateway", que sustenta que o uso de uma substância pode levar ao uso de outra substância, pois a substância é considerada individualmente. E, por causa disso, o modelo contínuo parece ser muito mais complicado do que o modelo de entrada. Mas, porque tem essa complexidade adicional, pode ser uma maneira mais realista de olhar como as pessoas mudam do uso para o abuso.