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O que é transtorno do espectro autista?

O que é o transtorno do espectro autista?

Com que idade você começou a usar brinquedos, sorrir para sua família ou falar uma nova palavra? Alguns de nós fizemos estas coisas muito cedo na vida, enquanto outros demoraram mais - cada criança cresce e muda no seu próprio ritmo. No entanto, elas geralmente seguem um padrão de desenvolvimento semelhante e aprendem habilidades, ou atingem patamares de desenvolvimento aproximadamente ao mesmo tempo quando comparada à maioria das outras crianças.
Quando as crianças não atingem os marcos de sua faixa etária, isto pode ser um sinal de que alguma coisa está errada. Por exemplo, se as habilidades sociais e a comunicação da criança não se desenvolvem a uma taxa normal, elas podem ter transtorno do espectro do autismo. Autismo é um transtorno do desenvolvimento neurológico que causa uma ampla gama de problemas com a linguagem, com as habilidades sociais e comportamentais, que afetam a capacidade da criança de funcionar e levar uma vida normal.

Como fazer as crianças se desenvolverem normalmente?

Antes de nascermos, recebemos a informação genética de nossos pais, que nos ajuda a ser quem somos. Nossos genes agem como modelo para nosso desenvolvimento e nos ajuda a construir a arquitetura básica de nosso cérebro e corpo. Nosso desenvolvimento físico geralmente corresponde ao desenvolvimento psicológico e comportamental, o que significa que conforme nosso cérebro cresce, os fundamentos de nossa personalidade, sentimentos, pensamentos e comportamento começam a se desenvolver e a emergir também. Por exemplo, conforme partes do cérebro associadas com a linguagem se desenvolvem, os bebês começam a balbuciar e a produzir sons. Este processo geralmente acontece de forma previsível e os parentes podem esperar certos comportamentos, traços e habilidades em determinados períodos da vida de suas crianças.

O que acontece quando as coisas dão errado?

O cérebro é extremamente vulnerável durante a gravidez, no início e durante da infância. Ele tem problemas ao lidar com coisas como genes anormais, produtos químicos tóxicos e infecções, e é altamente sensível às influências maternas, como estresse e desnutrição. Quando o cérebro é influenciado por fatores maternos ou ambientais prejudiciais durante seu desenvolvimento inicial, sua estrutura, crescimento e maturação podem se alterar drasticamente. O transtorno do espectro do autismo está associado a problemas de desenvolvimento de várias partes diferentes do cérebro.
Parte do cérebroNormalmente responsável por...No que difere no cérebro de alguém autista?
AmígdalaResposta emocionalAmpliado, comportamento agressivo
HipocampoMemóriaAmpliado, dificuldade de aprender novas informações
Tronco cerebralFunções primitivas e transmissão de mensagens entre o corpo e córtex cerebralCrescimento anormal, problemas sensoriais, especialmente com meninos
Córtex cerebralFunções mentais superiores, movimento geral, percepção e reações comportamentaisMenor, atrasos de linguagem, déficits intelectuais
Gânglio basalMovimento automáticoMenor, atrasos de linguagem
Corpo calosoConecta os hemisférios cerebrais e permite a comunicação entre elesMais fino que o normal, conectividade entre os hemisférios rompida
CerebeloAtividade motora, equilíbrio, movimentos do corpo, coordenação e discursoCélulas anormais, movimento, linguagem e deficiências sociais
NeurôniosCélulas do cérebroMenores, formando grupos mais densos, com ramos mais curtos, menos desenvolvidos no cérebro de uma pessoa com o transtorno do espectro autista

Sintomas

A palavra "espectro" refere-se ao fato dos sintomas do transtorno do espectro autista poderem ser muito diferente de pessoa para pessoa - algumas crianças são severamente afetadas e outras só apresentam sintomas leves. O autismo causa problemas de comunicação, habilidades sociais e comportamento.
Sintomas de comunicação: problemas com a linguagem, fala, escuta e compreensão, como:
  • atrasos significativos na aprendizagem da fala, ou nenhuma fala
  • falar muito alto ou num tom de voz anormal
  • mal entendimento de pensamentos abstratos, sarcasmo ou humor
  • mal entendimento de palavras e frases simples
  • linguagem corporal anormal
  • problemas no início ou na manutenção de conversa
  • falar consigo mesmo
  • falar para alguém ao invés de com alguém, como sair pela tangente sem qualquer resposta
  • repetir palavras ou perguntas várias vezes
Sintomas sociais: problemas com interação social básica, como:
  • evitar ou resistir ao toque ou afeto físico (como afago na infância e relacionamentos sexuais na idade adulta)
  • sentir-se indiferente acerca de separações da família ou de parentes
  • perda de interesse em experiências de amizades e contatos sociais
  • dificuldade de engajar-se em jogos com outras pessoas
  • dificuldade em fazer amizades ou em manter relações com outras pessoas
  • dificuldade de compreender emoções e comportamentos dos outros
  • dificuldade de manter contato visual apropriado ou evitar qualquer contato visual
  • interpretar mal os sinais sociais
  • falta de interesse no mundo ao seu redor
Sintomas motores: problemas com comportamento e jogos, como:
  • engajar-se em comportamentos compulsivos ou ritualísticos, como girar, bater palmas e balançar-se para frente e para trás
  • resistir a mudanças e ficar perturbado quando alguma coisa muda
  • fazer birra
  • necessidade de rigor e rotinas constantes
  • preocupar-se com objetos ou ter obsessão por certos objetos
  • girar ou mascar brinquedos ao inves de brincar de forma interativa com eles
  • engajar-se em comportamentos autodestrutivos devido a indiferença à dor ou a temperaturas extremas
  • tirar pele ou bater a cabeça
Outros sintomas do transtorno do espectro autista incluem:
  • deficiência intelectual, como problemas com pensamento, julgamento, solução de problemas, planejamento ou aprendizagem geral, anormalidades sensoriais, como odiar certos sons, texturas, odores ou luzes brilhantes
  • savantismo, ou talentos e habilidades extremos, geralmente nas áreas de memória, música, arte e matemática
  • problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), Transtorno do déficit de atenção hiperativo (TDAH), insônia
  • sensibilidade aumentada a infecções e doenças
  • convulsão
  • regressão do desenvolvimento ou desenvolvimento normal até uma certa idade e depois perda das habilidades
Gráfico ilustrando a variedade de sintomas de espectro do autismo

Qual a causa do transtorno do espectro autista?

O autismo não tem uma única causa conhecida. Em vez disso, a maioria dos cientistas acredita que o transtorno se desenvolve quando os fatores de risco interagem uns com os outros durante a gravidez e a primeira infância. Estes fatores incluem:
  • Genética: há uma forte base genética para o autismo. Se você tem um irmão com o transtorno, você é 2,8 vezes mais propenso a desenvolve-lo.
  • Idade dos pais: o risco do autismo aumenta com o envelhecimento dos pais. Mulheres mais velhas que 35 anos são 1,2 vezes mais propensas a terem uma criança com o transtorno do espectro autista e homens mais velhos que 50 são 2,2 vezes mais propensos a terem uma criança com o transtorno. Isto pode ocorrer devido aos genes encontrados no esperma ou nos óvulos poderem sofrer mutação com o aumento da idade dos adultos.
  • Saúde materna: o autismo pode se desenvolver após a mulher ter sido exposta a determinadas doenças ou drogas durante a gravidez. Por exemplo, infecções durante a gravidez (como a rubéola), exposição à medicamentos psiquiátricos como antidepressivos e drogas anti convulsivas, complicações durante a gravidez e no parto aumentam a probabilidade de uma criança desenvolver o transtorno do espectro autista.
  • Fatores ambientais: Na primeira infância as crianças são muito vulneráveis a fatores ambientais pois ainda estão se desenvolvendo. Se os bebês forem expostos a toxinas nesta fase, como pesticidas, poluição aérea devida a transporte, cianetos, cloreto de metileno, metanol, arsênio ou bisfenol-A (BPA) eles serão mais susceptíveis a desenvolverem o transtorno do espectro autista.

O transtorno do espectro autista é comum?

O transtorno do espectro autista está presente em todos os grupos raciais, étnicos e socioeconômicos. O autismo está se tornando mais e mais comum e os cientistas não estão seguros da causa – alguns acreditam que a consciência do transtorno aumentou a proporção dos diagnósticos, enquanto outros pensam que há mais crianças desenvolvendo o transtorno atualmente. Independente da razão, a prevalência está aumentando progressivamente ao redor do mundo - cerca de 1% de norte americanos, 1% de adultos do Reino Unido e 2,68% das crianças da Coreia do Sul têm sido diagnosticadas com o transtorno do espectro autista. Nos Estados Unidos, cerca de 1 a cada 68 crianças desenvolve o transtorno. O autismo é 5 vezes mais comum em meninos que em meninas – 1 em cada 54 meninos e 1 em cada 252 meninas desenvolvem o transtorno.
Imagem mostrando o aumento da prevalência de autismo entre os anos de 2000 e 2010

É possível prevenir o autismo?

Devido ao transtorno do espectro autista ter uma base genética tão forte, ele não pode ser prevenido. Mas há certas mudanças que podem ser feitas para reduzir o risco de desenvolvimento do transtorno. Por exemplo, as mães com potencial, deveriam tentar minimizar os riscos potenciais durante a gravidez, evitando álcool, tabaco e outras drogas, escolhendo alimentos mais nutritivos, lavando bem as frutas e verduras para remover pesticidas, tomando multi vitaminas (a critério médico), utilizando garrafas de aço inoxidável (vidro) ao invés de garrafas de plástico e evitando medicamentos prescritos (à critério médico). Elas também deveriam ser imunizadas contra rubéola antes da gravidez.
Diagnóstico precoce e intervenção são extremamente importantes pois ajudam a criança com autismo a desenvolver seu potencial plenamente e a melhorar suas aptidões funcionais. Os pais deveriam prestar muita atenção no desenvolvimento de suas crianças e procurar ajuda tão logo percebam problemas. Os médicos deveriam examinar as crianças em busca de sintomas entre os 18 e 24 meses de vida da criança.

Como tratar o transtorno do espectro autista?

A maioria das crianças com autismo são tratadas por um time de especialistas, incluindo psicólogos, psiquiatras, conselheiros escolares, pediatras, professores, terapeutas da fala, terapeutas ocupacionais, e nutricionistas. A equipe em conjunto para desenvolver um plano de tratamento integrado, com a meta de diminuir a severidade dos sintomas e melhorar o funcionamento.
  • Programas de intervenção precoce são para crianças de 3 anos que estão tendo problemas para atingir os patamares de desenvolvimento. Os especialistas focam na ajuda aos bebês e crianças aprenderem as funções básicas para sua idade, como engatinhar, brincar, comer, vestir-se e falar. Esses programas incluem educação e apoio para parentes e familiares.
  • Tratamentos para comportamento e comunicação ensinar as crianças a se expressarem e a se comportar adequadamente. Análise do comportamento aplicada (ABA, do inglês Applied Behavior Analysis) é o tratamento mais eficiente para o transtorno do espectro autista e usa princípios comportamentais para compreender e estimular comportamentos positivos e desestimular comportamentos negativos. Os terapeutas ABA ajudam a criança a se comunicar, a ser social, a tomar conta de si, a brincar, a jogar adequadamente e a desempenhar as tarefas escolares. Eles geralmente dividem competências complexas em tarefas gerenciáveis menores e motivando e apoiando a criança a cada etapa concluída.
Fonoaudiologia centra-se em melhorar as habilidades de comunicação verbal e não verbal. Terapeutas da fala ensinam crianças com autismo a como produzirem sons ou a mecânica do discurso, como entender as palavras e frases e como usar a linguagem socialmente. Eles também podem trabalhar a comunicação não-verbal como contato visual, gestos e linguagem corporal, ou ensinar a criança a usar quadros de imagens.
Terapia ocupacional ajuda as crianças a interagirem em seus ambientes familiares e nas escolas. Os terapeutas ocupacionais focam na mudança de respostas para experiências sensoriais como toque ou sons, melhorando o sistema motor como andar e escrever além de ensinar habilidades sociais como brincar e jogar com os outros.
  • Medicamentos geralmente são combinados com Análise Comportamental Aplicada, ABA em inglês, para tratar sintomas específicos: Antidepressivos como ISRS (inibidores seletivos de recaptação de serotonina) reduzem a frequência e intensidade de comportamentos estereotipados. Eles também diminuem a ansiedade, irritabilidade, acessos de raiva e comportamento agressivo.
Antipsicóticos como a risperidona diminuem a hiperatividade, irritabilidade e comportamentos ritualísticos autodestrutivos como remover pele ou bater a cabeça.
Estimulantes podem melhorar a concentração e diminuir a hiperatividade em crianças que tenham sintomas leves de transtornos do espectro autista.
Anticonvulsivos como carbamazepina diminuem as convulsões.
  • Abordagens pela dieta gerenciam problemas relacionados com a alimentação e tratam déficits nutricionais causados por seletividade alimentar, rituais ao comer, ou as sensibilidades alimentares e alergias. Nutricionistas ajudam os pais a identificar os alimentos que causam desconforto gastrointestinal, limitam alimentos que afetam a gravidade dos sintomas (como açúcar e irritabilidade/hiperatividade) e incentivam hábitos alimentares saudáveis.

Considere o seguinte

Em 1998, foi publicado um artigo que ligava desenvolvimento do autismo a vacinas infantis. A pesquisa teve enorme influência na percepção pública de vacinas e levou a um poderoso movimento anti-vacinação apoiado por celebridades e ativistas em todo país. Mais de 10 anos depois, o artigo foi desmascarado, retirado e seu autor foi despojado de sua licença médica – a investigação mostrou que ele havia falsificado e manipulado os dados usados para produzir suas reivindicações. Estudos de acompanhamento ao redor do mundo confirmaram não haver ligação entre autismo e vacinas, mas muitos pais evitam vacinar suas crianças, o que as coloca em sério risco e algumas vezes a contraírem doenças mortais como sarampo e caxumba.

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