Mudanças e resiliência nos ecossistemas

Os ecossistemas são dinâmicos e contêm muitos componentes vivos e não vivos que interagem entre si. A variedade desses componentes e interações contribui para a complexidade de um ecossistema. Os ecossistemas podem ser diferentes em sua composição e, consequentemente, alguns ecossistemas são mais complexos do que outros.

Os cientistas podem analisar diversos fatores para determinar a complexidade de um ecossistema. Um desses fatores é a riqueza de espécies, ou o número total de espécies em uma comunidade.

Outro fator é a diversidade de espécies, a qual leva em conta a riqueza de espécies e também o número relativo de indivíduos de cada espécie. Um ecossistema que é dominado por uma única espécie normalmente é considerado menos diverso do que um ecossistema com uma distribuição de espécies mais uniforme. A diversidade de espécies normalmente é calculada por meio de um modelo matemático chamado índice.

Para ajudar a ilustrar a diferença entre a riqueza e a diversidade de espécies, imagine duas comunidades, cada uma com quatro espécies diferentes. Na Comunidade 1, a maioria dos indivíduos pertence a uma única espécie. Na Comunidade 2, os indivíduos estão distribuídos de forma mais uniforme entre as espécies.

Nesse exemplo, tanto a Comunidade 1 como a Comunidade 2 têm quatro espécies e, portanto, elas têm a mesma riqueza de espécies. Contudo, a abundância relativa de cada espécie está distribuída mais uniformemente na Comunidade 2. Logo, a Comunidade 2 tem uma maior diversidade de espécies.

Perturbação, ou distúrbio, é um fenômeno normal nos ecossistemas e sua gravidade pode variar de leve a extrema. Perturbações moderadas, como eventos climáticos localizados, podem, de fato, promover a diversidade de espécies por meio da liberação de recursos e do aumento na complexidade do habitat. Por outro lado, perturbações extremas, como desastres naturais de larga escala, podem mudar muito um ecossistema, alterando as estruturas da comunidade e reduzindo a diversidade das espécies.

A sucessão ecológica descreve a sequência de mudanças que ocorrem em um ecossistema após uma perturbação. A sucessão primária é a colonização inicial de uma área por organismos vivos. Isso ocorre em casos relativamente raros, como, por exemplo, quando uma atividade vulcânica cria uma nova paisagem. A maioria das sucessões é uma forma de sucessão secundária, que é a recolonização de uma área após uma perturbação. Isso pode ocorrer depois de um desastre natural, como um incêndio ou um furacão.

Os ecossistemas que são mais complexos são mais resilientes, ou mais capazes de tolerar e se recuperar de perturbações, do que os ecossistemas menos complexos. Para ajudar a ilustrar o porquê disso, imagine um ecossistema complexo com diversos componentes e muitas interações entre esses componentes. Se uma perturbação diminuir a disponibilidade de uma fonte de alimento para uma determinada espécie, essa espécie não será muito afetada porque ela provavelmente será capaz de obter comida a partir de diversas fontes.