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O impacto de mudanças nas pirâmides tróficas

O impacto de mudanças nas pirâmides tróficas.

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RKA12JL – Alô, alô, moçada! Tudo bem com vocês? A imagem que você vê aqui é conhecida como uma pirâmide ecológica ou pirâmide trófica. Você sabe o que significa essa palavra, “trófica”? A palavra “trófica” na Biologia refere-se às relações alimentares. Eu gosto de pensar assim: essa pirâmide trófica consegue me fornecer informações sobre quem está se alimentando e quem está produzindo energia, e como essa energia, produzida a partir do alimento consumido por esses grupos, se distribui ao longo da pirâmide. A base da pirâmide trófica exibe os produtores primários. Na maioria das vezes, esses produtores são autótrofos. Lembra o que isso significa? Organismos autótrofos são aqueles capazes de converter a energia vinda da luz solar em energia química. Portanto, são seres vivos que obtêm a energia a partir do sol, mais outros nutrientes que podem estar disponíveis, e armazenar parte dessa energia como biomassa. Biomassa, aliás, é uma palavra chique que significa massa de matéria viva, matéria orgânica, que pode ser utilizada como fonte de energia para o próprio organismo ou também como base alimentar para outros seres vivos. Quando alguém diz que aquele determinado prato de comida tem X número de calorias, esse alguém está dizendo o quanto de energia há armazenada naquela comida. E caloria é uma unidade de medida de energia. Imagine que a base dessa pirâmide, que corresponde aos produtores primários, consiga produzir, por ano e por metro quadrado desse ambiente, cerca de 20 mil quilocalorias. Essas 20 mil quilocalorias estão armazenadas na forma de biomassa. Ok, a energia está armazenada na forma de biomassa, e agora? Como essa energia é levada ao próximo nível da pirâmide? Bom, o próximo nível corresponde aos consumidores primários. São organismos que se alimentam dos produtores que estão na base da pirâmide. Mas nem toda essa energia consegue ser aproveitada. Parte dela é perdida. Estima-se que cerca de 10% da biomassa consiga ser passada de um nível trófico para outro em uma pirâmide ecológica. Então, no nosso valor hipotéticode 20 mil quilocalorias que havia nos produtores primários, apenas 10% dessa energia armazenada na forma de biomassa chega aos consumidores primários. Portanto, algo em torno das 2 mil quilocalorias ao ano por metro quadrado do ambiente. No próximo nível trófico, temos os consumidores secundários. Estes se alimentam dos consumidores primários. Novamente, apenas 10% da energia é aproveitada entre um nível trófico e outro, portanto, os consumidores secundários obtêm cerca de 200 quilocalorias ao ano por metro quadrado de ambiente. O próximo nível trófico é composto pelos consumidores terciários. Estes conseguem também seus 10%, cerca de 20 quilocalorias por metro quadrado por ano no ambiente. Por fim, chegamos ao topo da pirâmide do nosso exemplo, os consumidores quaternários. Geralmente, os consumidores quaternários são predadores, e, novamente, apenas 10% de aproveito da biomassa do nível trófico anterior. Assim sendo, 2 quilocalorias por metro quadrado de ambiente ao ano. Perceba o quanto de biomassa foi se perdendo desde a base da nossa pirâmide. É comum que os predadores estejam em menor número, por exemplo em uma floresta, quando comparado com a quantidade de produtores primários em uma grande área de vegetação por exemplo. Isso porque os predadores devem caçar muito para conseguir obter quantidade suficiente de energia para sua sobrevivência, já que muita dessa energia é perdida entre os níveis tróficos até chegar no predador no topo de pirâmide. Fica fácil de entender com esse exemplo o quanto um ecossistema pode suportar. Um ecossistema, desse modo, suporta grande quantidade de produtores primários, mas poucos consumidores mais ao topo da pirâmide trófica. Algo interessante para focarmos nosso estudo agora é: oras bolas, para onde está indo essa energia que vai se perdendo a cada nível trófico? Bem, em muitos casos, esses organismos estão se movendo. Eles têm que fazer coisas e processos que mantêm sua sobrevivência, e isso gera gasto calórico. Até mesmo as plantas gastam calorias para se manterem vivas. Por isso, a cada nível trófico, um pouco de energia é perdido. Outro aspecto interessante é que, a cada morte que acontece, esses corpos são decompostos por outros organismos. Então, toda biomassa que estava contida em um organismo não vai ser utilizada pelo outro organismo consumidor. A energia de forma total não é transferida entre os níveis. Parte do organismo permanece como material que não é digerível, os restos. Esses restos ainda possuem energia, ela só não foi aproveitada pelo consumidor. Aí, entram os organismos decompositores que conseguem capturar esses nutrientes, a partir desses restos, e tornar esses nutrientes disponíveis aos produtores primários. Os produtores primários, por sua vez, aproveitam parte desses nutrientes fornecidos que ficaram na terra (fornecidos, lembrando, graças aos decompositores) e utilizam também a energia solar e mantêm o ciclo. Entendido? Por isso, parte da energia é perdida, porque parte dela não é digerível e só se torna disponível aos produtores primários graças à atuação dos decompositores, e também porque parte dessa energia é perdida no gasto calórico para manter o organismo vivo. Vamos pensar em outra coisa agora? E se houver alguma mudança brusca no ecossistema dessa pirâmide? E se, por exemplo, uma catástrofe como um vulcão entrando em erupção acontecesse nesse ecossistema? O vulcão entrará em erupção, lançará cinzas ao céu e lava no solo. E agora o que aconteceria? Bom, com tantas cinzas no céu, a energia solar que conseguiria chegar até o solo diminuiria consideravelmente. Logo, os produtores primários seriam prejudicados e não conseguiriam produzir as 20 mil quilocalorias por metro quadrado por ano. Imagine que esse potencial produtor caísse para 2 mil quilocalorias por metro quadrado ao ano. Logo, para o próximo nível, cairia para 200, e depois 20, e depois 2, e por fim 0,2. Só a falta de luz solar já seria suficiente para prejudicar a existência dos predadores que existem no topo da pirâmide, já que teríamos muito menos energia armazenada na forma de biomassa desde o início da pirâmide, lá nos produtores primários. E se for outro fator, que não o vulcão, que fosse introduzido no ecossistema? E se fossem, por exemplo, pesticidas? Alguns consumidores seriam dizimados, portanto, poderia haver uma transferência ainda menor de biomassa de um nível trófico ao outro, afetando toda a pirâmide. Entendeu o que eu quis dizer? Os ecossistemas são muito complexos e entrelaçados, e um impacto em uma área pode causar um desequilíbrio em todo o ecossistema, prejudicando as transferências de energia. Por hoje, é só! Bons estudos e até a próxima!