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Química orgânica
Curso: Química orgânica > Unidade 12
Lição 1: Formação de ânions enolatoEnolatos cinéticos e termodinâmicos
Como formar diferentes enolatos a partir de cetonas. Versão original criada por Jay.
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Transcrição de vídeo
RKA13C A gente já viu como formar o enolato
a partir de cetonas. Mas o que acontece quando a gente começa
com uma cetona que não é simétrica? Então, aqui, a gente tem uma cetona não simétrica: aqui do lado direito, a gente tem um grupo metil e, do lado esquerdo, a gente vai ter um CH₂
e um grupo R, um grupo alquila. Aqui, os nossos carbonos alfa vão ser diferentes,
então vamos identificá-los. A gente vai ter um carbono alfa aqui para a esquerda
e um carbono alfa aqui para a direita. Este carbono da direita vai ter três prótons alfa
ligados a ele, e o carbono da esquerda vai ter
somente dois prótons alfa. A pergunta agora é: qual desses prótons alfa
vai ser aceito pela nossa base? Isso vai depender de qual base a gente está usando e também das condições
em que essa reação está ocorrendo. Se a gente usa a di-isopropilamida de lítio ou LDA, a gente já viu no vídeo anterior que essa base
tem muita resistência estérica devida a estes grupos isopropil. Isso significa que o LDA vai se aproximar da nossa cetona no lado que tiver menos resistência estérica. Aqui na esquerda, a gente tem este grupo alquila, que pode prevenir que o LDA
se aproxime pela esquerda. Então é muito mais provável que ele se aproxime
pelo lado direito da nossa cetona. Vamos dizer que este par solitário de elétrons
vai pegar este próton: estes elétrons vão se mover para cá,
formando uma ligação dupla, o que vai empurrar estes elétrons
para este oxigênio aqui. Agora a gente pode desenhar o nosso ânion enolato resultante dessa movimentação. Aqui a gente vai ter um oxigênio agora com três pares solitários de elétrons
e uma carga negativa. Aqui a gente vai ter uma ligação dupla
entre estes carbonos, e a gente ainda tem dois hidrogênios ligados
a este carbono da extremidade. Então, estes elétrons, que eu vou pintar em lilás, se moveram para cá, formando esta ligação dupla. E estes elétrons, que eu vou pintar em azul,
foram deixados no oxigênio. Então eles estão bem aqui. O lítio também está presente,
então a gente pode deixá-lo indicado aqui: Li⁺. Este é o enolato que a gente formou nesta reação, ele é denominado enolato cinético,
então vamos escrever isso aqui. Este aqui é o enolato cinético. Ele é chamado cinético porque
é formado mais rapidamente. Então a gente pode pensar isto aqui
em termos de velocidade, pela escolha da nossa base do LDA e também pela probabilidade. Aqui neste carbono, a gente tem três prótons alfa, então é mais fácil pegar um desses prótons alfa do que um destes dois deste outro carbono aqui. Vamos acompanhar agora a formação
de um outro tipo de enolato. Desta vez, vamos pensar na desprotonação
do carbono alfa da esquerda, este carbono alfa aqui. Ele vai ter dois prótons alfa ligados a ele,
então vamos desenhá-los e vamos a uma base diferente agora:
a gente vai usar o hidreto de sódio, o Na⁺H⁻. A gente poderia usar também o hidreto de potássio, porque ambos são fontes do ânion hidreto, e a gente sabe que ele pode funcionar como uma base. Então, este par solitário de elétrons
poderia pegar este próton, estes elétrons se moveriam para cá,
formando uma ligação dupla, e estes elétrons seriam empurrados
aqui para o oxigênio. Vamos desenhar o enolato resultante
dessa movimentação. Agora a gente vai ter uma ligação dupla
entre estes dois carbonos, aqui a gente vai ter o nosso oxigênio com três pares solitários de elétrons e uma carga negativa. Aqui para baixo, a gente vai ter o nosso grupo metil, e este carbono da esquerda
continua ligado a um hidrogênio. Seguindo os elétrons, estes elétrons, que eu vou pintar em lilás,
se moveram para cá, formando esta ligação dupla. E estes elétrons em azul foram deixados no oxigênio. A gente pode perceber que este enolato é diferente
do que a gente formou aqui em cima, ele é chamado de enolato termodinâmico. Então vamos escrever isso aqui também,
este é o enolato termodinâmico. A gente pode analisar estes dois enolatos
que a gente formou em termos de estabilidade. Para fazer isso, a gente vai ter que olhar
para a substituição das nossas ligações duplas. Aqui no enolato cinético, quão substituída
é a nossa ligação dupla? A gente vai ter estes dois hidrogênio presentes, então ela não vai ser tão substituída
quanto a do nosso enolato termodinâmico. Se a gente olha aqui para esta ligação dupla
do enolato termodinâmico, a gente tem apenas um hidrogênio. Aqui a gente vai ter este grupo R e a gente vai ter este outro grupo alquila aqui também. Então, este é o nosso enolato mais estável, porque ele tem a ligação dupla mais substituída. O enolato cinético, por sua vez, é menos estável, mas ele é formado mais rapidamente. A gente pode controlar qual enolato
a gente vai formar pela escolha da nossa base. Vamos dar uma olhada agora em um problema
em que vai ter uma cetona e a gente vai adicionar duas bases diferentes a ela. Então esta aqui é a nossa cetona, e, primeiramente, a gente vai adicionar
o hidreto de sódio. A gente sabe que o hidreto de sódio vai colocar
nossa cetona sob controle termodinâmico. Então vamos identificar os nossos carbonos alfa. A gente vai ter um carbono alfa aqui na direita, e a gente vai ter um outro carbono alfa
aqui na esquerda. Este carbono da direita vai ter apenas um próton alfa, e este da esquerda vai ter dois prótons alfa. Então vamos desenhar esses prótons. Pensando no controle termodinâmico, eu sei que o enolato formado vai ser o mais estável, e a gente sabe que o hidreto
vai pegar este próton aqui. Estes elétrons vão se mover para cá,
formando uma ligação dupla, e estes elétrons vão ser deixados aqui no oxigênio. Vamos desenhar aqui o resultado dessa movimentação. Agora a gente tem uma ligação dupla aqui, e aqui para cima a gente vai ter o oxigênio
com três pares solitários de elétrons, então vamos desenhar esses elétrons, e ele tem também uma carga negativa. Aqui para a direita,
a gente continua com o nosso grupo metil. Estes elétrons, que eu vou pintar em lilás,
se moveram para cá, formando esta ligação dupla. Então este aqui é o nosso enolato termodinâmico,
vamos escrever isso aqui. Este é o enolato termodinâmico. É ele que vai ter a ligação dupla mais substituída
por causa deste grupo metil aqui. Mas e se, em vez do hidreto, a gente usasse o LDA
em uma temperatura muito baixa, de aproximadamente -78 °C? Agora a gente vai pegar um próton do lado que tem menos resistência estérica da nossa cetona. Então isso vai acontecer aqui do lado esquerdo, porque, aqui na direita,
a gente tem este grupo metil. Vamos desenhar, então, o nosso LDA
aqui do lado esquerdo da nossa molécula. Este nitrogênio vai ter dois pares solitários de elétrons
e uma carga formal negativa. Um desses pares solitários pode pegar,
então, este próton. Estes elétrons vão se mover para cá,
formando uma ligação dupla, e estes elétrons vão ser deixados aqui no oxigênio. Agora vamos desenhar o nosso produto
aqui para baixo. A gente continua com o grupo metil aqui, e agora a ligação dupla vai estar
entre estes dois carbonos. Aqui para cima, a gente vai ter o oxigênio. Esse oxigênio vai ter três pares solitários de elétrons
e uma carga negativa. Aqui a gente pode também desenhar
o nosso lítio, então Li⁺. E este é o enolato que a gente formou. Seguindo os elétrons,
estes elétrons que vou pintar em azul, se moveram para cá, formando esta ligação dupla. Este é o nosso enolato cinético. Vamos escrever isso aqui. Este é o nosso enolato cinético. A ligação dupla, neste caso,
não é tão substituída quanto aqui em cima, porque a gente vai ter um hidrogênio. Esse enolato não é tão estável, mas ele é favorecido por temperaturas baixas e por bases que têm uma resistência estérica grande, como o LDA. Então, usando essa base nestas condições
para a nossa reação, a gente vai formar o enolato cinético. Em uma temperatura um pouco mais alta e usando uma base que não tenha resistência estérica, como o hidreto de sódio, a gente vai ter o enolato termodinâmico,
o enolato mais estável. Então, mais uma vez, a gente pode controlar
qual tipo de enolato a gente vai formar pela escolha da nossa base
e pelas condições da reação.