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Introdução às células

Uma introdução às células, incluindo a história da sua descoberta e o desenvolvimento da teoria celular.

Introdução

Feche os olhos e imagine uma parede de tijolos. Qual é o bloco de construção básico dessa parede? Um único tijolo, é claro. Como uma parede de tijolos, seu corpo é composto por blocos de construção básicos, e esses blocos de construção são as células.
Felizmente suas células são muito mais interessantes do que tijolos (assim como você, que com certeza é mais interessante do que uma parede de tijolos). Tijolos são geralmente retangulares, todos iguais, enquanto células podem variar de formatos - redondas, retangulares, em forma de fuso ou de estrela. Tijolos são imóveis, enquanto algumas células podem migrar de lugar. E se você quebrar um tijolo no meio você encontrará apenas mais tijolo, no entanto, se você cortar uma célula ao meio (o que é difícil de se fazer, devido ao seu tamanho), você encontrará um intrincado e lindo arranjo de estruturas especializadas, que ajudam a célula a desempenhar sua função. Sim, células são como blocos de construção, mas elas são os blocos mais incríveis do mundo.
Células desempenham um grande número de diferentes funções dentro do seu corpo. Por exemplo, células epiteliais protegem a superfície do seu corpo, fazendo parte da sua pele e da cobertura dos órgãos e de suas cavidades. Células ósseas compõem os ossos, os quais sustentam seu corpo. Células do sistema imune lutam contra bactérias invasoras. Sangue e células sanguíneas levam nutrientes e oxigênio para todo o corpo enquanto removem o dióxido de carbono. Cada um desses tipos celulares possuem um papel vital para o crescimento, desenvolvimento e a manutenção diária do organismo.
No entanto, apesar da grande variedade de tipos celulares presentes em todos os organismos, mesmo aquelas células completamente diferentes - tais como a do ser humano, a de cebolas e de bactérias, mostradas na figura abaixo da esquerda para direita, respectivamente, - compartilham algumas características fundamentais. Nós iremos explorar essas características futuramente. Neste momento iremos dar uma olhada rápida na teoria celular e como as células foram descobertas.
Microfotografias de células humanas, de cebolas e bacterianas.
Imagem modificada de "Introdução: Figura 1," de OpenStax College, Biology (CC BY 3,0); a: adaptação do trabalho de Ed Uthman, MD; b: adaptação do trabalho de Umberto Salvagnin; c: adaptação do trabalho de Anthony D'Onofrio, William H. Fowle, Eric J. Stewart, and Kim Lewis do Lewis Lab at Northeastern University; dados de escala de Matt Russell.

Teoria celular

Parece óbvio atualmente que nós, e outros seres vivos, somos feitos de células. Mas antes de 1600, entretanto, isso não era óbvio, pela simples razão de que ninguém nunca tinha visto uma célula de perto. Para distinguir células individuais em fragmento de tecido ou bactérias em uma amostra de líquido, demandava o desenvolvimento de microscópios de alta potência, instrumentos usados para ampliar objetos que seriam muito pequenos para serem vistos. Para saber mais sobre como os microscópios são utilizados na Biologia hoje, acesse o artigo sobre microscopia.
A primeira pessoa a notar células como estruturas microscópicas foi o cientista britânico Robert Hooke. Ainda, foi ele quem deu o nome "célula". Em seu livro Micrographia, chama de células as estruturas de forma cúbicas vistas por ele, enquanto verificava um tecido morto de cortiça, através de um simples microscópio1. Ele escolheu "células" como nome pelo fato de que essas formas lembravam células de um mosteiro, os quartos simples em que os monges dormiam2.
No entanto, as células que Hooke observou estavam em um tecido morto e eram, na verdade, as paredes celulares remanescentes após a morte celular. A primeira pessoa a observar células vivas e em movimento foi Anton van Leeuwenhoek, um comerciante holandês que também produzia lentes. Em meados de 1670, inspirado no livro de Hooke, Anton começou a construir seus próprios e mais potentes microscópios3. Com esses, ele conseguiu observar organismos vivos unicelulares—como bactérias—e espermatozóides, que, no conjunto, ele chamou de "animalículos".
Apesar da descoberta de que as células existiam, levou um tempo considerável para que cientistas percebessem não se tratar apenas de casos estranhos de exceção, mas sim as partículas constituintes essenciais de todas as plantas, animais e outros seres vivos. Inclusive, foi apenas nos anos 1830 que o botânico Matthias Schleiden e o zoólogo Theodor Schwann apresentaram uma ideia revolucionária: todas as diferentes partes das plantas e dos animais são feitas de células, e que as células podem ser produzidas de outras células4.
O cientista alemão Rudolf Virchow acrescentou a essa teoria dizendo que todas as células têm de vir de outras células—não que apenas algumas células, sob as circunstâncias certas, pudessem ser formadas assim5. Contudo, ele aparentemente roubou essa ideia do cientista polonês Robert Remak6.
As ideias de todos esses pensadores iniciais são resumidas na teoria celular moderna, que diz:
  1. Todas as coisas vivas são compostas por uma ou mais células.
  2. A célula é a unidade básica da vida.
  3. Novas células surgem a partir das células pré-existentes.
Isso é tudo muito bom e bonito, mas pode te deixar na dúvida: se todas as células vêm de células, de onde veio a primeira célula? Nós voltaremos a esse quebra-cabeça em artigos posteriores, quando olharmos as origens da vida.

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