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Como revisar, editar e reescrever seu próprio texto literário

Nesta videoaula, serão apresentadas estratégias para revisar, editar e reescrever o próprio texto literário. Versão original criada por Khan Academy.

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Transcrição de vídeo

RKA22JL - Olá, como vai? Hoje, vamos começar nossa aula catando feijão. “Catar feijão”. “1. Catar feijão se limita com escrever: joga-se os grãos na água do alguidar e as palavras na folha de papel; e depois, joga-se fora o que boiar. Certo, toda palavra boiará no papel, água congelada por chumbo seu verbo; pois para catar esse feijão, soprar nele, e jogar fora o leve e oco, palha e eco. 2. Ora, nesse catar feijão entra um risco; o de que entre os grãos pesados entre um grão qualquer, pedra ou indigesto um grão imastigável de quebrar dente. Certo não, quando ao catar palavras; a pedra dá à frase seu grão mais vivo; obstrui a leitura fluviante, flutual, açula a atenção, isca-a como o risco.” Ai, esse poema, escrito por João Cabral de Melo Neto, e que está na obra Educação pela Pedra é lindo, né? Certamente, trata-se da versão final de um texto que passou por diversas transformações, revisões, melhorias, releituras, até ser publicado ali no livro. Pois é. Os textos que a gente vê nos livros, normalmente, passam por uma série de mudanças que são efetuadas pelo seu autor e também por toda uma cadeia de profissionais do livro. Há uma primeira versão em que vai se despejando as ideias no papel e, aí, essas ideias vão sendo trabalhadas até chegar no texto final, que é a versão publicada. Nesta aula, vamos falar justamente desse processo de construir um texto literário, da importância de se debruçar sobre ele, aprimorá-lo antes de compartilhá-lo com outros leitores para além de nós. Porque são os primeiros leitores do nosso texto. Entre a primeira escrita e a versão final, existem etapas muito relevantes para o aprimoramento do texto antes de ele ser compartilhado. Inicialmente, é escrever o texto colocando no papel as primeiras ideias que surgem sobre o tema. Depois, é a hora de reler esse texto, de forma silenciosa. Isso nos auxilia a perceber certos elementos que podem ser aperfeiçoados, o que nos leva a uma reescrita do texto. Depois disso, é hora de dar uma outra lida. Agora, pode ser em voz alta e, nisso, vão surgindo outras ideias de aperfeiçoamento, nos levando a uma segunda reescrita, a edições e a uma revisão ortográfica e de recursos literários. Quando se está escrevendo um texto literário, é necessário se atentar para elementos como a sonoridade, uso de rimas, assonâncias e aliterações em textos em versos. O ritmo, o uso de figuras de linguagem, uso expressivo da pontuação e outros recursos estéticos que ajudam a dar o tom artístico à sua produção textual. O poema que lemos no início dessa aula é um bom exemplo de um texto que passou por todas essas etapas mencionadas até vir ao público. O autor escolheu criteriosamente as palavras que utilizou, para que elas tivessem sons e sentidos afinados com a mensagem que ele gostaria de transmitir. Por exemplo, no trecho “joga-se os grãos na água do alguidar” há repetição do fonema “g”, uma aliteração que dá ritmo à leitura do texto. E ao falar do gesto de catar feijão, o autor não o faz de modo aleatório. Temos aí a construção de uma metáfora que visa aproximar o leitor da vivência trabalhosa que o autor experimenta ao produzir um texto. As metáforas são muito comuns em textos literários. Todas aquelas etapas que elencamos como a leitura, a releitura, a escrita e a reescrita, são abordadas nesse poema de forma figurada, ora assemelhando-se com a seleção dos feijões, ora afastando-se. Despejar o feijão na água é só uma das várias etapas que antecedem o cozimento e degustação desse grão. Seu resultado final. De maneira análoga, despejar as ideias no papel também é só uma das fases que antecedem a versão final de um texto. Ainda será necessário todo um trabalho de catar palavras para alcançar uma versão final adequada para o consumo do leitor. Todavia, se a seleção do feijão não for feita com muita atenção, pedrinhas que se misturam aos grãos podem acabar indo para a panela e surpreendendo desagradavelmente quem tentar mastigá-las. Mas quando essas pedrinhas assumem um tom metafórico e tornam-se matéria para o texto, são desejáveis, pois causam aquele espanto, aquela surpresa que transforma o caminho da leitura, apontando para sentidos capazes de impactar o leitor. Para construir ideias tão engenhosas assim, certamente foi necessário passar por todas essas etapas que estamos discutindo. E, como já foi dito, uma outra etapa da produção textual é a leitura em voz alta, um exercício relevante que normalmente auxilia a perceber pontos de fragilidade do texto, seja na questão da sonoridade, dos sentidos e percepções que colaboram na melhoria desse texto. Pois ao ler algo e achar estranho, talvez uma repetição de termos que não soou muito bem, coisas do tipo, você está captando que alguma coisa precisa ser mudada e, com isso, vai procurando outras palavras e ideias que consigam expressar de forma mais aprazível as suas intenções. Outra questão importante já citada é a correção ortográfica. Essa ação vai deixar o seu texto mais coerente e coeso. Uma vírgula fora de lugar, por exemplo, pode comprometer o sentido do seu texto, dificultando para o leitor a compreensão das suas ideias. Logo, revisá-lo é fundamental. Espero que você tenha assimilado as principais etapas da produção textual literária. A primeira escrita, a leitura silenciosa, a reescrita, leitura em voz alta, revisão. Não tenho dúvidas de que se você levar em consideração esses pontos na hora de construir seu texto, o resultado final será muito bom. Bons textos e até a próxima!