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Curso: Ciências EF: 6° ano > Unidade 3
Lição 1: Desenvolvimento de novos materiais- Os medicamentos ao longo da história
- Produção de medicamentos, desenvolvimento tecnológico e impactos socioambientais I
- Produção de medicamentos, desenvolvimento tecnológico e impactos socioambientais II
- Desenvolvimento tecnológico
- Tecnologias, desenvolvimento e produção de medicamentos e de materiais sintéticos
- Desenvolvimento de medicamentos
- Novos materiais e impactos socioambientais
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Os medicamentos ao longo da história
Nesta videoaula explicamos brevemente a história do desenvolvimento dos medicamentos e das indústrias farmacêuticas.
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RKA22JL - Alô,
alô, moçada! O uso de recursos
para a cura de ferimentos e doenças é tão antigo quanto a própria
história da humanidade. Entre os recursos mais usados,
podemos citar as rezas, partes de plantas, elementos vindos de animais, minerais
e, mais recentemente, os medicamentos. Por exemplo, o papiro egípcio
de Erbes, de 1550 a.C., lista mais de 700 fórmulas mágicas,
além de remédios e procedimentos cirúrgicos. O desenvolvimento dos medicamentos
com a produção de produtos alopáticos e homeopáticos ocorreu de forma
bem lenta ao longo dos séculos e milênios. Mas o estudo deste processo mostra
que as duas grandes guerras mundiais impulsionaram
esse desenvolvimento. Talvez, devido tanta urgência de tratar
os feridos de guerra quanto a possibilidade de testar novos medicamentos
diretamente nos seres humanos. Vamos conhecer agora
um pouco dessa história. No século 2, de 101 a 200, os árabes
praticavam a alquimia, enquanto que nos conventos cristãos
existiam hortas de plantas medicinais usadas para a produção de
medicamentos nas boticas. Neste período, prevaleceu uma combinação
de medicina, religião e bruxaria no tratamento dos doentes. Cloud galen ou galeno, que viveu
de 130 a 200 d.C., sistematizou a teoria dos quatro humores,
relacionando o desiquilíbrio entre os humores ao surgimento
de doenças. O trabalho do médico era
o de restabelecer o equilíbrio suprindo a falta ou retirando o excesso
de um ou mais humores. Mas o que essa
teoria dos humores diz? Segundo essa teoria, os seres humanos
possuem quatro humores. Sangue, linfa,
bile amarela e biles negra, que estão relacionados com os quatro
elementos da natureza. Terra, água, fogo e ar. E também com quatro qualidades.
Calor, secura, frio e umidade. Quando os quatro estão equilibrados,
a pessoa está bem. A pessoa fica doente quando ocorre
um desequilíbrio ou uma combinação
errada dos humores. Esses desequilíbrios podiam ser causados,
por exemplo, pelo clima, pela alimentação, pelos parasitas
ou até pela idade e sexo do doente. O restabelecimento do equilíbrio
dos humores, automaticamente, restabelece a saúde
do paciente. No século 16, foi iniciado um estudo
sistemático das plantas e dos minerais que mostraram possuir poderes curativos
ou que restauravam o equilíbrio dos quatro humores. O objetivo do estudo era entender
suas ações num organismo doente e descobrir qual parte da planta no mineral
era responsável pelo restauro da saúde. Nessa mesma época, o movimento
expansionista da Europa resultou no contato com novas drogas e técnicas utilizadas
pelos povos do oriente e das Américas. Os tratados sobre botânica, farmácia
e farmacopeia mostram que estes conhecimentos foram sendo introduzidos na Europa
e nos estudos ao longo dos séculos 17 e 18. A partir daí, houve um grande avanço
na área de medicamentos com as revoluções químicas
de Antoine Lavoisier, pai da química moderna e botânica de Carlos Lineu,
considerado pai da taxonomia moderna. Tudo isso resultou no declínio da era de galeno
e da teoria dos quatro humores. Mas os avanços não ficaram restritos
à área dos medicamentos. Houve um grande avanço na medicina
com o reconhecimento da importância da higiene pública e com o lançamento
de um medicamento preventivo de doenças. A vacina
contra a varíola. Até o início do século 19, os princípios ativos
dos medicamentos usados não eram conhecidos nem as suas
estruturas químicas. Mas, durante o século 19, os estudos
de análise química e química orgânica permitiram descobrir
os princípios ativos, e a partir deles,
obter novos medicamentos. E no final deste mesmo século, surgiram as indústrias
farmacêuticas de grande porte que existem até hoje. A partir do século 20, os avanços tecnológicos
permitiram um salto na produção de medicamentos, como, por exemplo, a melhora de medicamentos
existentes, tornando-os cada vez mais efetivos e com menos efeitos colaterais,
a descoberta e difusão de princípios ativos e de matérias ativas, usados
na produção de medicamentos e a produção de
novos medicamentos. As duas grandes guerras mundiais
possibilitaram saltos na área farmacêutica. Durante a Primeira Guerra Mundial,
que aconteceu de 1914 a 1919, foi desenvolvida a penicilina, um antibiótico
de amplo espectro contra bactérias. Na Segunda Guerra, por sua vez,
que aconteceu de 1939 até 1945, a penicilina e a quinina passaram
a ser produzidas em larga escala e foi desenvolvida
uma vacina contra o tifo. Também no período da Segunda Guerra,
pesquisas sobre armamentos químicos possibilitaram o desenvolvimento
dos primeiros antineoplásicos. O sucesso dos medicamentos, os cuidados
dispensados aos pacientes de guerra, e o avanço na área farmacêutica foram
tão grandes que as pessoas passaram a acreditar que os remédios podem
curar qualquer doença. E isso aumentou o consumo e produziu
um enorme crescimento da indústria farmacêutica, que passou a desenvolver
mais e mais medicamentos em um processo de retroalimentação
do consumo e do desenvolvimento. Mas atenção! O consumo exacerbado de remédios
é uma faca de dois gumes, porque ao mesmo tempo
que curam os sintomas, eles podem provocar efeitos colaterais
e até mesmo outros problemas de saúde. Há uma célebre frase dita
por um médico, alquimista suíço, e muitas outras profissões, cá entre nós,
chamado de Paracelsus, que diz o seguinte: "Todas as substâncias são venenos,
não há uma que não seja veneno, a posologia correta é que diferencia
o veneno do remédio." Adorei fazer essa viagem sobre o uso
dos medicamentos ao longo da história com você. Bons estudos e
até a próxima!