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Curso: Cosmologia e astronomia > Unidade 2
Lição 2: Quasares e colisões galácticasQuasares
Quasares. Versão original criada por Sal Khan.
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Transcrição de vídeo
RKA4JL - Olá! Bem-vindos a mais uma
aula da Khan Academy Brasil. O que eu quero fazer neste vídeo
é falar um pouco sobre quasares. Essa é a abreviação de
"fonte de rádio quase estelar" e este nome é apenas um subproduto
da primeira observação de quasares, porque tudo o que parecia era esse tipo de
fonte pontual de radiação eletromagnética, principalmente na parte
do rádio do espectro. É por isso que os chamamos
de fontes de rádio quase estelares. Agora sabemos que eles não são
nem estrelas nem mesmo quase estrelas e, na verdade, sua energia principal nem mesmo
está sendo liberada na frequência do rádio na faixa do espectro eletromagnético,
eles são muito mais energéticos que isso. Os quasares são, na verdade,
núcleos ativos das galáxias. Então, vamos pensar
um pouco sobre isso. Se tivéssemos um buraco negro
supermassivo no centro de uma galáxia, e talvez essa seja a superfície do horizonte
de eventos do buraco negro supermassivo. A massa real do buraco negro está no
centro desse horizonte de eventos. Se houver matéria passando por este
buraco negro, ela será atraída para ele e vai formar um disco
que crescerá em torno dele. Esta matéria vai começar a girar
em torno deste buraco negro e parte dela, se não tiver velocidade suficiente,
vai realmente cair dentro do buraco. Então você tem toda essa matéria rodando
em volta do nosso buraco negro. Este é o disco que se acumulou
e seu nome é disco de acreção. Assim, à medida que as coisas
estão ficando cada vez mais rápidas, que se aproximam cada vez
mais desse buraco negro e se chocam umas com
as outras mais e mais, a energia potencial gravitacional
das coisas caindo lá dentro está sendo transformada em
energia real, temperatura real. Então, o que você tem é que as coisas começam a
ficar muito, muito quentes perto da superfície. Elas ficam cada vez mais quentes à medida que caem cada vez
mais perto desse horizonte de eventos, e tão perto do próprio horizonte de eventos,
as coisas são tão intensas que estão liberando radiação
eletromagnética de alta frequência, principalmente na parte
de raio-x do espectro. Agora eu quero ser muito clara.
Tem duas coisas aqui. Uma quando você aprende sobre quasares, ou quando eu lhe mostrei quasares pela
primeira vez em um tipo especial sobre nova. Eles fazem você pensar que a radiação está de alguma
forma sendo liberada pelo próprio buraco negro e acabaram de dizer que nada pode escapar
do horizonte de eventos de um buraco negro, incluindo radiação eletromagnética. Então como isso pode ser emitido
pelo buraco negro? A resposta é: está sendo emitido
pela matéria no disco de acreção, que ainda não atingiu
o horizonte de eventos. Uma vez dentro deste horizonte, qualquer radiação eletromagnética
que possa emitir não será mais capaz de
escapar do buraco negro, não será capaz de escapar
do horizonte de eventos real e tudo isso vem disco de acreção. A outra questão que pode surgir é por que isso sai dessa forma perpendicular
e ortogonal ao plano do disco de acreção? No mínimo, a lógica diz que as coisas não
vão aparecer na direção do disco de acreção porque serão absorvidas
por outras coisas. Na verdade, é isso que fará com que outras coisas
esquentem mais perto do horizonte de eventos. Então, qualquer energia que saia
nessa direção será absorvida e fará as coisas esquentarem mais. Somente quando você vai quase
que perpendicularmente ao plano é que a energia pode ir e se transmitir
livremente para o espaço. Para ser bem clara, quasares são as coisas
mais luminosas que conhecemos no universo, ou, na verdade, muitos quasares
têm luminosidade da ordem de 1 trilhão de sóis. Eles podem ser mais brilhantes
do que uma galáxia inteira e isso vem apenas da matéria em torno
de uma região bem pequena do espaço, muito menor do que uma galáxia. É o próprio centro, é
apenas um núcleo galáctico. Outra coisa interessante sobre quasares, e é isso que dá validade a essa noção de
universo em constante mudança, e até mesmo ao próprio Big Bang, é que você tem esses buracos negros supermassivos
que podem ter se formado logo após o Big Bang. Agora você pode imaginar que em um
estágio inicial do desenvolvimento do universo, poderia ter havido uma grande quantidade
de massa que estaria perto desses buracos negros que não tinham a velocidade para
escapar deles ou orbitar a redor deles, e então eles começariam
a cair no buraco negro. Com o tempo, qualquer coisa que
tivesse que cair nele já teria caído. Se imaginar em algum
período de tempo futuro você ainda deve ter
o buraco negro supermassivo. Mas tudo que você deve ter são
coisas orbitando ao redor dele. Isso é realmente o que vemos
se olharmos ao nosso redor. Se olharmos para a nossa
galáxia, para Via Láctea, nós não vemos muitas coisas
caindo dentro dele. A Via Láctea tem um núcleo ativo. Não é, no momento, um quasar,
o centro da Via Láctea. O buraco negro supermassivo não está
digerindo ou consumindo matéria, mas você pode imaginar que há algum tempo,
no passado da Via Láctea, pode ter havido muita matéria que não tinha
velocidade necessária para ser capaz de orbitar. Assim, foi consumida, e ao ser consumida,
emitiria toda essa radiação de raios X e poderia ser observada
como um quasar. Isso é realmente o que observamos:
os quasares mais próximos. Nós observamos
mais de 200 mil quasares que estão na ordem de 780 milhões
de anos-luz de distância. O que isso significa? Que não observamos quasares a menos
de 700 milhões de anos-luz. Quando olhamos mais de perto
partes do universo... Deixe-me desenhar. Vamos dizer que este é o universo
observável e estes somos nós. Nós só começamos a observar quasares
a uma certa distância de nós. Essa distância também significa
um certo tempo no passado porque a luz levou 780 milhões
de anos para chegar até nós e a maioria dos quasares está a mais de
três bilhões de anos-luz de distância, o que indica que eles só existiram
há mais de três bilhões de anos, em um estágio mais
jovem do universo real, quando havia matéria real para esses buracos negros
supermassivos consumirem no centro das galáxias. À medida que você se aproxima de nós no tempo,
a maior parte dessa matéria foi consumida e temos apenas material orbitando ao redor desses
buracos negros supermassivos, que chamamos de galáxias, não observamos mais quasares. Só para dar uma ideia, quero dizer que esses são,
como tudo que aprendemos em cosmologia, conceitos diferentes de tudo,
distâncias e massas inacreditáveis, brilhos inacreditáveis. Acho que você poderia
pensar sobre isso. Mas apenas para dar uma ideia, os quasares mais brilhantes conhecidos
devoram cerca de mil massas solares por ano. É essa energia dessa massa que se acumula em
torno dele que está gerando toda essa energia. Na verdade, isso tudo
aconteceu no passado. Estamos apenas observando isso agora. Pelo que sabemos, o resto do universo
se parece bastante com o nosso universo e então realmente não
há tantos quasares por aí, embora que, mesmo que a maior parte
da matéria já tenha sido consumida, talvez até pelo nosso próprio buraco negro
supermassivo no centro da Via Láctea, em algum momento no futuro
talvez tenha algum buraco negro que seja capaz de consumir
um pouco mais de matéria estelar. Isso pode acontecer em quatro ou
cinco bilhões de anos no futuro, quando realmente colidirmos
com a Galáxia de Andrômeda. Isso é tudo.
Até a nossa próxima aula!