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História judaica - período pós-guerra

Ben Shahn, Allegory, 1948, têmpera sobre tela, 91 x 122 cm (Modern Art Museum of Fort Worth)
Ben Shahn, Alegoria, 1948, têmpera sobre tela, 90 x 120 cm (Museu de Arte Moderna de Fort Worth)
O genocídio que ocorreu com os judeus na Europa transformou a identidade judaica no mundo inteiro. Os judeus na Polônia, Romênia, Hungria, Tchecoslováquia, Grécia, Iugoslávia, Alemanha e Áustria foram reduzidos a uma minúscula fração da quantidade existente antes da guerra. Ainda assim, populações judaicas sobreviveram em toda a Europa, incluindo na Rússia, no Reino Unido e na França.
As nações da Europa Ocidental receberam uma ajuda substancial do governo dos Estados Unidos e as populações judaicas nessas áreas contaram com a ajuda de organizações judaicas americanas. Os centros geográficos de Hassidismo no Leste Europeu foram destruídos desproporcionalmente durante o Holocausto, mas muitas seitas continuam a crescer em quase todos os continentes. Em 1948, as Nações Unidas votaram unanimemente por um Estado Independente de Israel (a área estava, na época, sob administração britânica).

Consequências

No período imediatamente depois da guerra no Leste Europeu, os sovietes continuaram a minimizar o papel da raça, como tinha feito durante o Holocausto, mas, ainda que muitos judeus fossem comunistas devotos, eles mais uma vezes eram vistos como pessoas suspeitas, em quem seus companheiros nunca podiam confiar completamente. Especialmente durante os julgamentos públicos soviéticos nas décadas de 1950 e 1960, judeus foram expurgados de postos governamentais e executados em locais públicos.  Ainda que Stalin tenha votado pela criação de Israel em 1948, esses julgamentos públicos serviam como “uma forma de pedagogia-pública-através-do-exemplo;” o objetivo era exemplificar o fato de que altos cargos do comunismo não eram para judeus étnicos, que eles não eram iguais aos outros. Mesmo na União Soviética laica, o antissemitismo declarado persistiu durante as décadas da Guerra Fria. Muitos judeus saíram de trás da cortina de ferro em direção ao Leste Europeu, a Israel ou aos Estados Unidos.
Os judeus americanos, em 1960, seguiram os padrões de outras populações de imigrantes de etnia branca. Muitas cidades grandes focaram em educação e participaram de movimentos de contracultura no final dos anos 1960 e nos anos 70. Os judeus americanos muitas vezes ficaram do lado dos oprimidos, tendo um papel importante no movimento dos direitos civis da década de 1960.
Enquanto isso, judeus em terras islâmicas emigraram dos países do norte africano e do Oriente Médio entre o final dos anos 1940 e o final dos anos 1960, quando o nacionalismo pan-arábico tornou-se exclusivamente muçulmano e impediu a participação de outras pessoas. Esses judeus imigraram para Israel, para o Leste Europeu e para os Estados Unidos. Na França, a população sefaradita da Argélia, do Marrocos e da Tunísia levou novos e diversos costumes religiosos para uma comunidade que estava sofrendo depois do trauma da Segunda Guerra Mundial.

Identidade judaica hoje

No mundo moderno, a identidade judaica pode parecer dispersa, confusa e indistinta. Nos Estados Unidos, os judeus prosperaram durante as décadas do pós-guerra e vários movimentos diferentes ganharam popularidade: Ortodoxo, Conservador, Reformista e Reconstrucionista. Na Europa e em Israel, inspirada por esses movimentos americanos, uma fração menor dos judeus progressistas formaram o Judaísmo Liberal ou outros tipos de Judaísmo. A partir dos anos 1990 até hoje, alguns judeus americanos participaram da tendência mundial ao extremismo religioso.  Ao mesmo tempo, o movimento Reformista cresceu. A separação tradicional entre homens e mulheres acabou e mulheres agora estão integradas ao rabinato em círculos não Ortodoxos.
Art Spiegelman, o artista e o autor de Maus, recentemente refletiu, “Uma coisa que se tornou questionável para mim é a forma como o Holocausto se tornou o ocupante central da Judaicidade no final do século XX…. Assim as pessoas o veem como um problema judeu e não como um problema mundial.”  A onipresença da educação sobre o Holocausto na comunidade judaica combinada com um tipo de alienação causado pela tradição transformou o Holocausto em um agente unificador que uniu os judeus. No século XXI, jovens judeus têm recusado o Holocausto como a característica definidora de sua Judaicidade e têm buscado formas alternativas de expressar suas conexões com o Judaísmo. Há uma abundância de filmes, músicas e festivais culturais judeus, que atraem audiências judaicas e não judaicas. O maior desses festivais ocorre anualmente na Polônia e atrai milhares de pessoas do mundo inteiro—que esse festival aconteça no país onde o maior número de judeus foi massacrado durante o Holocausto assinala um afastamento daquele período sombrio como a marca registrada da identidade judaica e o direcionamento a novas formas de expressão judaica.
Uma piada conhecida diz que judeus acreditam em “no máximo” um Deus. Enquanto o monoteísmo é uma característica importante do Judaísmo, alguns dos grandes Rabinos do Talmud têm tendências ateístas, mesmo adotando a centralidade do Halakhah. Como escreveu o estudioso Shaye J.D. Cohen, “a Judaicidade, como a maioria—talvez todas—das outras identidades, é imaginada; não tem uma realidade empírica, objetiva e verificável para a qual possamos apontar e sobre a qual podemos exclamar, ‘É isso!’  A Judaicidade está na mente.”
Na ausência de uma autoridade, doutrina ou prática unificadoras, o Judaísmo é muito diverso e não pode ser resumido a um único conceito. Em vez disso, um conjunto de características, como textos comuns, uma história compartilhada e os ritmos da vida religiosa judaica podem nos ajudar a entender uma religião formada tanto por suas origens antigas como por sua desarticulação contemporânea.
Texto de Dr. Jessica Hammerman e Dr. Shaina Hammerman

Leituras sugeridas:
Samuel Freedman, Jew vs. Jew: The Struggle for the Soul of American Jewry (New York: Simon and Schuster, 2000).
Tony Judt, Postwar: A History of Europe Since 1945 (New York: Penguin Books, 2005).
Eli Lederhendler, New York Jews and the Decline of Urban Ethnicity, 1950-1970 (Syracuse: Syracuse University Press, 2001).
Jonathan Sarna, American Judaism: A History (New Haven: Yale University Press, 2004).
Yuri Slezkine, The Jewish Century (Princeton: Princeton University Press, 2004).

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