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Figuras de linguagem: pleonasmo

Nesta videoaula, apresentamos informações sobre a figura de linguagem pleonasmo. Além do conceito, ensinamos a identificá-lo e interpretar os sentidos que traz para os textos em que aparece. Também diferenciamos entre o pleonasmo usado como recurso literário e o pleonasmo vicioso. Versão original criada por Carolina Pereira.

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Transcrição de vídeo

RKAMC Olá! Tudo bem com você? Na aula de hoje, nós vamos falar sobre o pleonasmo. O pleonasmo se caracteriza por uma superabundância de palavras que expressam uma mesma ideia em uma frase. Isso acontece, por exemplo, em frases como: "subir para cima", "descer para baixo", "entrar para dentro". Quando digo que vou subir, é óbvio que é para cima, Isso não precisa ser repetido. Isso então é um pleonasmo. Antes de iniciarmos o conteúdo da aula de hoje, quero que você saiba que o pleonasmo se diferencia em dois tipos diferentes: temos tanto o pleonasmo vicioso quanto o pleonasmo literário. O pleonasmo vicioso é um tipo de pleonasmo que devemos evitar no nosso dia a dia, isso porque é muito comum de produzirmos esse pleonasmo em nossas conversas. Na primeira frase de exemplo, nós temos o seguinte: “Você poderia repetir de novo, por favor?“ A palavra "repetir" é uma palavra que significa "fazer de novo", "fazer novamente". Quando eu digo “repetir de novo” eu estou repetindo a mesma ideia duas vezes em uma mesma frase, criando assim um pleonasmo vicioso. Um pleonasmo vicioso não é intencional e não acrescenta valor estilístico ao texto, apenas cria um realce desnecessário. No segundo exemplo, temos a seguinte frase: “Gostamos de brincar quando saímos para fora”. A ideia de sair é justamente a ideia de deixar o lugar de dentro, ou seja, de sair de dentro para ir para fora. Isso é também, então, um pleonasmo. Na terceira frase nós temos o seguinte: “Quando você subir para cima, apague a luz”. Percebeu? Isso é mais um pleonasmo. É assim que o pleonasmo vicioso funciona. Quando amontoamos um mesmo significado em uma frase. Temos também o pleonasmo literário. Vamos ver mais alguns exemplos e tentar compreender por que ele se assemelha e também se diferencia do pleonasmo vicioso. A primeira coisa que você deve entender é que o pleonasmo literário é utilizado de propósito. É comum encontrar pleonasmos literários nas músicas que nós escutamos o nosso dia a dia ou em livros ou poemas que lemos. Um escritor se vale do pleonasmo literário para poder não repetir a mesma ideia, mas sim para acentuá-la no texto. Ou seja, o pleonasmo literário serve para poder dar ênfase à ideia que o escritor está tentando trazer para a gente. No primeiro exemplo, nós temos o seguinte: “Chovia uma triste chuva de resignação”. Nesse trecho, nós temos a repetição da ideia de chuva. Eu não precisaria dizer para você que chovia uma chuva, já que é óbvio que se está chovendo algo é chuva que está chovendo. Porém, o autor Manoel Bandeira usou este pleonasmo literário não para poder repetir a ideia de chuva, mas sim para dar ênfase na significação daquilo que ele escreveu. Quando ele diz: "chovia uma triste chuva de resignação". O pleonasmo de chover chuva acaba ganhando um sentido maior. Desta forma, ele não está só dizendo para a gente que estava chovendo. Na verdade, ele quer dizer para a gente que estava chovendo uma chuva triste, percebe? Ele aumentou o significado da frase com um pleonasmo literário, pela repetição das duas ideias. A repetição da palavra “chuva” faz com que o som "chiii" de chiado seja também repetido, trazendo assim para a gente a sensação do barulho da própria chuva. Sem falar que o verbo chover é um verbo intransitivo impessoal, ou seja, não costuma ter um objeto, fazendo com que a presença da palavra chuva contribua para a expressividade da linguagem, como se fosse o objeto do verbo. Bom, no segundo exemplo nós temos o seguinte: "Quando com os olhos eu quis ver de perto." É óbvio que a única maneira de vermos alguma coisa é com os nossos olhos. Então, você pode se perguntar: "Por que o autor Alberto de Oliveira quis dizer que foi com os olhos que ele quis ver de perto?" Bom, isso aconteceu porque o autor quis enfatizar a necessidade de ver de perto aquilo que ele estava vendo. No nosso último exemplo, temos a frase: “E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou”. Uma outra coisa aparentemente óbvia, é que se dançaram, dançaram com certeza dança, certo? Devemos perceber que os autores, Chico Buarque e Vinicius de Moraes, quiseram dizer aqui neste trecho não apenas que estavam dançando, mas sim que dançaram muito. Esse é mais um efeito de ênfase que o pleonasmo literário consegue criar, percebeu? Essa é uma grande diferença entre o pleonasmo literário e o vicioso. Tanto um quanto outro se caracterizam pela repetição da ideia em uma mesma frase. Porém, uma diferença entre um e outro é que o vicioso acontece sem querer, e o literário acontece de propósito, para acentuar a ideia. Bom, eu vou ficando por aqui! Espero que você tenha conseguido compreender como funciona o pleonasmo. A gente se encontra em um próximo vídeo! Até lá, e bons estudos!