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Importância da vegetação para o ciclo da água

Nesta videoaula vamos abordar a importância da cobertura vegetal para a manutenção do ciclo da água.

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Transcrição de vídeo

RKA - Olá, alunos da Khan Academy Brasil! Tudo bem com vocês? Hoje nós iremos falar um pouquinho sobre a importância da vegetação para o ciclo da água e o próprio ciclo da água. Eu começo essa aula apresentando para vocês, aqui, o nosso querido planeta Terra. Essa esfera azul e verde, super bonita vista do espaço. Quando a gente observa com mais cuidado, a gente vê que essa esfera tem aproximadamente 29% somente de terra, onde nós vivemos, onde as cidades são construídas, onde tudo que nós fazemos na nossa vida acontece. No resto da Terra, 71% é composto única e exclusivamente de água. Então, você chamar "planeta Terra" talvez não seja uma coisa tão certa, e sim, talvez, "planeta Água" seja melhor. Mas enfim, essa água que nós temos, 71%, ela não, necessariamente, é a água que nós consumimos. Se você prestar bem atenção, quantas vezes na sua vida você não foi pedido pela sua mãe, pelo seu pai, para que economize na água? Então, por quê? 71% não é muita coisa? Eu vou mostrar para vocês o porquê não. Olha para esse gráfico super complicado, segue aqui comigo. De toda a água que existe no nosso ambiente, 97% dela é composta única e exclusivamente de água salgada, água que a gente não consegue utilizar. Aproximadamente 2,5% é de água doce, a água que a gente, talvez, possa utilizar. Mas eu digo "talvez" por vários motivos. Se nós pegarmos esses 2% aqui, você vai reparar que 1,2% é a água de superfície, 30% desses 2,5% é de água subterrânea, e quase 70% é de geleira. Dessas 3 camadas aqui, de água doce, a gente só utiliza essa água de superfície, que é 1,2% dos 2,5% de água total do planeta. Desse 1,2%, a gente ainda tem a divisão, sendo 3% de atmosfera, algumas porcentagens entre rios, brejos, umidade do solo, organismos vivos, 21% de lagos, e quase 70% de gelo subterrâneo, o que a gente chama de "permafrost", que é um gelo o qual a gente não tem muito acesso. Então, no final das contas, sobram apenas esses aproximadamente 30% aqui para ser utilizados. Se a gente fosse colocar isso em uma escala no planeta, se a gente tirasse toda a água do planeta e colocasse em uma gota, ficaria mais ou menos assim: essa gota maior é a gota que representa toda a água do nosso planeta, essa gota menor é a água superficial do nosso planeta, e essa água menorzinha aqui, que é, efetivamente, a água que a gente consegue consumir em todo o nosso planeta. Então, a gente precisa tomar muito cuidado com essa água que a gente usa. Só que essa água, ela está em constante movimento no ambiente, por isso que é tão difícil a gente cuidar dela. E para explicar para vocês como funciona esse movimento dela, eu preciso explicar esse ciclo super complicado, o famoso "ciclo da água". Não se assustem com essa grande explicação que eu coloquei na tela de vocês. Eu vou fazer diferente. Deem uma olhada, fixem bem essa imagem. Eu vou explicar para vocês cada um desses nomezinhos, e depois a gente volta para essa imagem, pode ser? Então vamos lá. O primeiro nome que eu quero falar são as "nuvens". As nuvens são um conjunto de água e gelo, algumas vezes pode ter poluição, algumas vezes não, mas, em essência, é um conjunto de água e de gelo. Essas nuvens podem ser formadas de várias formas, por exemplo, através de um processo que se chama "convecção". A convecção, em resumo, é um aquecimento do solo, que faz com que a água do solo e o vento que encosta no solo se aqueçam e subam, se fixando em uma massa de ar que a gente chama de nuvem. Pode acontecer, também, através da topografia do ambiente, ou seja, as montanhas empurram essas nuvens para cima, empurram a massa de ar para cima, e esse ar se concentra mais na parte de cima da montanha, e daí você tem uma formação de nuvem. Pode ser através de convergência de ar, ou seja, várias massas de ar se encontram em um determinado local, e por uma questão de concentração das massas de ar, elas sobem. Ou pode ser através do encontro de uma massa de ar frio, que tende a ficar mais para baixo, com uma massa de ar quente que é empurrada para cima. Essa massa de ar quente também pode formar as nuvens. Outro ponto que a gente viu naquele esquema foi a "evaporação". A evaporação é muito simples. A água está nos rios, está nos lagos, ela começa a esquentar muito, e ela passa para o estado gasoso. Ela faz isso de forma natural, de forma constante, sempre está acontecendo evaporação no ambiente. Uma outra forma de você encontrar água no ambiente é através da "transpiração". Essa transpiração pode acontecer por plantas, ou ela pode acontecer por animais. Em ambos os casos se fala transpiração. Uma coisa curiosa que a gente precisa ressaltar é que, quando nós juntamos a transpiração com a evaporação, a gente pode utilizar um termo chamado "evapotranspiração". Uma outra, das coisas que nós vimos naquele esquema, é a "chuva" ou "precipitação". A chuva ou precipitação é uma condensação que acontece do gás, que está lá na nuvem. Essa condensação faz com que o gás de água se transforme em líquido ou em sólido, e ele cai devido ao peso, e daí, nós temos a chuva que nós conhecemos. Uma vez que a chuva cai no ambiente, ela vai sofrer um processo chamado "infiltração". A infiltração, basicamente, é a chuva que acabou de cair da nuvem chegando no solo e entrando para dentro desse solo. Mas nós temos uma pegadinha, essa infiltração, ela pode ser afetada por vários componentes do ambiente, por exemplo, se existe alguma depressão no solo, existe algum buraco, existe alguma elevação, alguma coisa, isso faz alteração na infiltração, pode infiltrar mais, pode infiltrar menos. A geologia do solo, ou seja, o solo ser mais solto, ser mais poroso, ou ser mais compacto, vai fazer com que infiltre mais e menos, sendo que quanto mais compacto, menos ele infiltra. A "ocupação" do solo também é uma outra coisa importante. A ocupação do solo é como que você utiliza esse solo. Esse solo é usado para a estrada? Esse solo é usado para plantar alguma coisa? Esse solo um solo de florestas? Uma dessas opções vai mudar a infiltração desse solo. A "topografia" desse solo também é importante. Se houver muitos declives acentuados, a infiltração pode ser alterada. E, por fim, a "umidade" do solo também influencia, pois quanto mais água nesse solo, menor a quantidade de água que entra para dentro desse solo. Por fim, nós temos que falar sobre um outro processo que se chama "percolação". A percolação acontece quando essa infiltração vai tão fundo no solo que ele atinge um outro estrato do solo, que se chama "lençol freático", o qual eu vou falar daqui a pouquinho. Um outro ponto que nós vimos naquele esquema é o "escoamento superficial". O escoamento superficial acontece quando o solo está tão úmido que a água não consegue mais entrar nele. Já tem uma densidade tão grande de água dentro dele que a água não tem mais para onde ir, então ela vai escorrer sem infiltrar dentro do solo, ela vai escorrer por cima do solo. Isso só vai acontecer quando tem muita umidade relativa nesse solo. Um outro ponto muito interessante é o "lençol freático". O lençol freático é uma camada de água que vai ficar saturada embaixo da terra. Essa camada de água está representada nesse esquema, nesse ambiente aqui. E quando essa camada de água começa a escorrer, começa a andar para o lado, geralmente em direção a um lugar mais baixo, e nesse caso, o lugar mais baixo tem que ser o mar, porque está zero de altitude, nós chamamos de "escoamento de base", ou a gente pode chamar também de "escoamento subsuperficial". Agora, vamos olhar novamente para essa imagem. Nós temos todo o processo aí. A evaporação, a formação de nuvens, essas nuvens criando uma precipitação, ou chuva, a água infiltrando ou percolando para o lençol freático, o escoamento superficial, e todos eles dando em rios, ou em oceanos, e acontecendo novamente. Evaporação, e por aí vai. É um ciclo, um ciclo nunca acaba, ele sempre vai ficar se repetindo. Mas aí, você me pergunta: "E a parte das plantas? O que as plantas têm a ver com isso?". Bom, a gente tem que começar falando que as plantas são os maiores consumidores de água que tem no planeta. Elas estão fixas no solo através de uma raiz. Essa raiz vai fazer a absorção de água, vai trazer essa água pelo tronco em direção às folhas. Essas folhas vão utilizar a água para fazer a fotossíntese, ou elas vão utilizar a água para liberar para o ambiente. Ela libera essa água pelo ambiente através de uma estruturazinha chamada "estômato", que é como se fosse um poro para a planta. É aí que ela vai transpirar. Mas a importância das plantas não acaba por aí. Quando você tem uma planta no ambiente, ela vai fixar as raízes dela no solo e vai fazer com que o solo fique mais aerado, fique mais fácil da água conseguir descer por ali, além, obviamente, dela própria utilizar essa água para alguma coisa. Então, ela vai utilizar através de transpiração, ela vai absorver essa água e usar para os processos de alimentação dela própria, e ela vai ajudar o solo a fazer percolação para o lençol freático. As plantas são muito importantes. E você vai falar para mim: "Tá, mas, e se não tiver?". Vou dar um exemplo para vocês. Vocês já viram essa imagem, um morro cheio de árvores, todo bonitão lá, principalmente na Mata Atlântica a gente vê bastante disso. Esse morro, esse mesmo morro, se a gente tirasse as árvores e colocasse, por exemplo, construções em cima desse morro, você vai ter algo assim: um deslizamento. As plantas, elas não vão estar fixadas no ambiente, não vão deixar a água descer. E essa parede do morro que existe ali não vai conseguir absorver água que precisa, e daí, por uma questão de escoamento superficial, ela vai levar tudo que tem em cima dela para baixo. Para vocês terem uma ideia, em 2011 aconteceram vários deslizamentos muito sérios no Rio de Janeiro, nas cidades de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Em apenas um dia, 900 pessoas morreram. Foi um dos maiores deslizamentos que aconteceram no mundo, e o maior deslizamento que aconteceu no Brasil. Um outro ponto que pode ser afetado são as enchentes. Quando o rio está bonito assim, cheio de árvores, árvores do lado, matas ciliares dos lados, está tudo ótimo. O rio não extravasa, porque você tem sempre plantas do lado protegendo o solo, usando essa água. Porém, quando você tira todas elas, acontece isso aqui: essa é uma imagem clássica da cidade de São Paulo. Esse é o rio Tietê em um momento de chuva. Durante muito tempo, tiraram as matas em volta desse rio e colocaram cimento do lado. Esse cimento faz com que a água não consiga ser absorvida pelo solo, e daí ela começa a sair para os lados e acontecem as enchentes. É claro que existem outros fatores para as enchentes acontecerem na cidade de São Paulo, mas a mata em volta do rio é um dos principais fatores para as enchentes acontecerem na cidade de São Paulo. Bom, eu espero que vocês tenham aprendido um pouco sobre a importância das plantas e sobre o ciclo da água. Eu vou ficando por aqui, e muito obrigado!