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O encontro do óvulo com o espermatozoide

Embora isso aconteça isso aconteça o tempo todo e em todo o mundo, a história do encontro do óvulo com o espermatozoide vale a pena ser contada. Milhões de candidatos partem em uma longa e perigosa jornada com um único objetivo final; e caso os candidatos cheguem ao objetivo, algo completamente único é criado. Mas antes de chegarmos ao desfecho, vamos analisar a jornada mais de perto.

Os personagens principais

Um zoom no óvulo (imagem superior) e no espermatozoide (imagem inferior):
Centenas de milhões de espermatozoides vivem para um único óvulo. Os espermatozoides têm um design simples para este propósito: uma longa cauda para ajudá-los a se movimentarem, uma grande quantidade de mitocôndrias para servir de energia para esse movimento, informação genética para passar adiante e proteínas enzimáticas para penetrar no óvulo. As proteínas são armazenas em uma cápsula na parte frontal do espermatozoide, conhecida como acrossomo - essa é a parte que primeiro entra em contato com óvulo. A cauda é chamada de flagelo e usa energia fornecida pelas mitocôndrias para mover o espermatozoide para a frente. Os flagelos usam muita energia, portanto eles eles ficam adormecidos até que os espermatozoides entrem na vagina. Os espermatozoides são haploides; eles contêm um conjunto de 23 cromossomos. Eles são criados pelo processo de divisão celular conhecido como meiose, o qual cria 4 espermas a partir de uma única célula germinativa. Eles também são muito pequenos e têm um comprimento de apenas 50μm, aproximadamente. Os espermatozoides são ejaculados no sêmen, um fluido básico com um pH de aproximadamente 7,4.
O alvo do espermatozoide é o óvulo. Como ele é muito maior que o espermatozoide, o óvulo é a fonte de hialoplasma e organelas, em especial mitocôndrias, para o futuro zigoto. Diferentemente do espermatozoide, o óvulo não completou a meiose - ele fica preso na fase de Metáfase II da divisão. Isso significa que o óvulo é haploide, mas ainda tem as cromátides irmãs ligadas uma a outra. Também diferentemente do espermatozoide, a divisão meiótica para criar os óvulos, a oogênese, forma apenas um óvulo viável. O óvulo é coberto por uma camada externa espessa conhecida como zona pelúcida, uma camada de proteínas cobertas por carboidratos que envolve a membrana plasmática. A zona pelúcida ajuda a proteger o óvulo e é responsável por mediar o encontro inicial entre o espermatozoide e o óvulo. Os grânulos corticais cheios de enzimas revestem o interior da membrana celular e ajudam a garantir que apenas um espermatozoide possa fertilizar o óvulo.

A configuração

O óvulo e o espermatozoide se deslocam em direções opostas para se encontrarem (geralmente) nas trompas de Falópio, ou tubas uterinas. Durante a ovulação, os ovários liberam um óvulo nas trompas de Falópio e o óvulo desce pela trompa na direção do útero, o qual está preparado para uma possível implantação. Parte dessa preparação envolve elevados níveis de estrogênio e hormônio luteinizante (LH). O LH dá o sinal para os ovários liberarem o óvulo, enquanto altos níveis de estrogênio no sangue estimulam a membrana vaginal a secretar glicogênio, o qual é metabolizado em lactato. Isso diminui o pH vaginal (para menos de 3,8), criando um ambiente ácido e hostil para patógenos (como os que causam infecções sexualmente transmissíveis). Contudo, esse ambiente também pode ser tóxico para os espermatozoides, embora o sêmen (um fluido básico) possa amenizar a acidez vaginal para preservar os espermatozoides. Conforme o sêmen se mistura com as secreções vaginais, o pH atinge um ponto que não é prejudicial para os espermatozoides, e esse novo ambiente é o sinal para ativar os flagelos dos espermatozoides e aumentar sua motilidade.
Apenas cerca de 1 em 1 milhão de espermatozoides que são ejaculados na vagina vão chegar ao local de fertilização. O estrogênio também relaxa o colo do útero, faz o muco cervical se tornar aquoso e mais alcalino e estimula as contrações uterinas – tudo isso ajuda o espermatozoide a penetrar e navegar pelo sistema reprodutor feminino. O relaxamento do colo do útero permite que o espermatozoide passe da vagina para o útero e reduz uma barreira física em potencial. O muco cervical pode impedir o espermatozoide de chegar ao útero, mas durante a ovulação, quando o óvulo é liberado pelos ovários, o muco se torna mais fino e com um pH menor. Essas alterações fazem do muco um ótimo meio de transporte para o espermatozoide e o ajudam a continuar sua jornada. As contrações uterinas, na verdade, ajudam a empurrar o espermatozoide na direção da tuba uterina correta (a que contém o óvulo), e estudos recentes sugerem que essas contrações são mais responsáveis pelo movimento do espermatozoide do que seus próprios mecanismos de propulsão!
Como podemos observar, o progresso do espermatozoide é realmente influenciado pela fase do ciclo menstrual em que a fêmea está. Quanto mais próximo da ovulação, mais fácil é para o espermatozoide entrar. Os cientistas acreditam que isso possa acontecer para conservar energia e recursos - se a fêmea não estiver ovulando, então não há um alvo para os espermatozoides, logo faz sentido priorizar a proteção contra patógenos. A vagina e o útero são muito suscetíveis a infecções, portanto o corpo precisa de um equilíbrio entre proteger essas áreas e permitir a entrada de espermatozoides.

A ação

Vamos considerar que, apesar da jornada perigosa, alguns espermatozoides de fato encontraram o óvulo e estão preparados para iniciar sua aproximação. A tarefa continua árdua – ainda há barreiras físicas e químicas para superar. Conforme o espermatozoide se aproxima do óvulo, ele se liga à zona pelúcida em um processo conhecido como ligação do espermatozoide. Isso dispara a reação do acrossomo, na qual as enzimas do acrossomo são liberadas. Essas enzimas, então, começam a digerir a zona pelúcida e permitem que o espermatozoide se dirija na direção da membrana plasmática do óvulo. Quando o espermatozoide por fim chegar até o óvulo, as membranas plasmáticas das duas células se fundem e o espermatozoide libera seu material genético dentro do óvulo. Nesse ponto, a fertilização ocorreu, mas nossa história ainda não acabou!
Essa fusão também libera a reação cortical. Quando o espermatozoide e o óvulo se fundem, há a liberação de íons de cálcio, os quais fazem os grânulos corticais de dentro do óvulo se fundirem com a membrana plasmática. Quando isso acontece, esses grânulos liberam seu conteúdo fora da célula, na direção do que sobrou da zona pelúcida. As enzimas dos grânulos corticais digerem ainda mais a zona pelúcida, tornando-a inapta a se ligar a mais espermatozoides, enquanto outras moléculas contidas nos grânulos criam uma nova barreira ao redor do óvulo fertilizado. Ao criar uma nova barreira e destruir a interface inicial entre o espermatozoide e o óvulo, a reação cortical impede a polispermia, isto é, a fertilização de um único óvulo por diversos espermatozoides. É como entrar em um templo secreto escondido e ativar armadilhas no caminho, tornando impossível que mais alguém consiga entrar. Os demais espermatozoides que chegarem ao óvulo depois disso são simplesmente afastados.

Considere o seguinte:

Os dispositivos intrauterinos de cobre, os chamados DIUs, aproveitam-se das propriedades dos espermatozoides para impedir a fertilização. O cobre liberado por esses contraceptivos é um espermicida e ovicida natural, embora afete principalmente os espermatozoides. Estudos mostram que os íons de cobre reduzem a motilidade dos espermatozoides, a capacidade de liberar a reação acrossômica e a viabilidade de modo geral. Embora os dispositivos liberem menos cobre do que o que pode ser encontrado em nossa dieta, o acúmulo de cobre no muco do colo uterino e do útero é suficiente para interromper o movimento dos espermatozoides. Os DIUs geralmente também causam uma leve reação inflamatória que traz células do sistema imunológico que tornam a jornada dos espermatozoides ainda mais difícil. Recentemente, alguns estudos descobriram que o DIU pode afetar até mesmo a forma como o útero se contrai, enviando os espermatozoides para a direção errada! Assim, os DIUs impedem o encontro entre o espermatozoide e o óvulo, inibindo a fertilização.

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