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Curso: Saúde e medicina > Unidade 18
Lição 1: Tuberculose- O que é tuberculose
- O que é tuberculose?
- Epidemiologia da Tuberculose
- Patogênese da tuberculose
- Tuberculose primária e secundária
- Tuberculose pulmonar
- Tuberculose extrapulmonar (Parte 1)
- Tuberculose extrapulmonar (Parte 2)
- Teste de Mantoux (aka. PPD ou TST)
- Interpretando o PPD
- Diagnosticando tuberculose ativa
- Evitar transmissão da tuberculose
- Evitar a Tuberculose usando os "4 I's"
- Tratamento de Tuberculose ativa
- Tuberculose resistente a medicamentos
- Tuberculose e HIV
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Teste de Mantoux (aka. PPD ou TST)
Aprenda como o teste de Mantoux é feito e como ele funciona. Rishi é médico de Infectologia Pediátrica e trabalha na Khan Academy.
Estes vídeos não fornecem orientação médica e são apenas para fins informativos. Os vídeos não pretendem substituir o conselho, diagnóstico ou tratamento de um médico profissional. Procure sempre o conselho de um profissional da saúde qualificado com qualquer dúvida que você possa ter em relação ao seu estado de saúde. Nunca desconsidere um conselho médico profissional ou demore para buscá-lo por causa de algo que você leu ou viu em algum vídeo da Khan Academy. Versão original criada por Escola de Medicina de Stanford.
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Transcrição de vídeo
RKA1JV Olá, tudo bem? Hoje eu quero falar com você sobre o teste de Mantoux, se soletra m-a-n-t-o-u-x. É um nome interessante, e foi feito em homenagem
ao médico francês que popularizou esse teste. Outra coisa também, você também, pode ouvir falar sobre esse teste com o nome de PPD TST, PPD significa proteína purificada derivativa. Inclusive, esse nome nos dá uma pista
do que é usado nesse teste, já que se trata da proteína específica
para tuberculose, a tuberculina. Por outro lado, TST significa
teste cutâneo para tuberculose, de novo, ela também se refere à tuberculose, inclusive esse nome nos dá uma pista de onde essa proteína vai ser colocada. Ela vai ser colocada na pele. Você já deve ter visto algo parecido com isso, essa imagem mostra alguém fazendo o teste. Inclusive, às vezes, esse teste
é chamado de teste da bolha, já que, a partir do momento que o médico injetar esse líquido no braço de uma pessoa, vai formar uma bolha. Pelo menos é o que as pessoas
pensam a respeito desse teste, já que elas se lembram disso por ser algo visual. Eu quero mostrar para você aqui um exemplo, um diagrama do que realmente acontece
quando o teste é feito. Imagine que isso aqui seja uma camada da sua pele,
ela é conhecida, inclusive, como derme. Abaixo da derme, nós temos a camada subcutânea. Na verdade, não seria bem uma camada,
o mais comum é gordura, então, deixe-me desenhar isso aqui. Essa aqui é a gordura subcutânea. A ideia desse teste é usar uma pequena agulha,
que você está vendo nessa imagem bem aqui e essa agulha está cheia de tuberculina, ou seja, a proteína purificada derivativa está na agulha,
e ela está sendo injetada na pele da pessoa. Você pode observar que tem
essas pequenas tuberculinas e o volume colocado na pele é algo bem pequeno,
é algo em torno de 1 décimo de milímetro, ou seja, 0,1 ml está sendo injetado
dentro da pele da pessoa, ou seja, na derme. Inclusive esse tipo de injeção
é chamada injeção intradérmica. Você não pode esquecer que depois que retirar a agulha, você deve jogá-la fora. Você vai perceber que, pelo fato de ter sido colocado um pequeno volume ali, 0,1 ml, isso vai formar uma bolha, porque o volume está fazendo a pele estufar um pouco. Mas, depois de um tempo,
assim que essa proteína estiver difusa, o líquido será absorvido e a bolha vai desaparecer. Se você olhar bem, vai perceber
que tem uma vermelhidão, isso porque cutucar a pele causa
um pouco de vermelhidão e irritação. Mas a bolha vai logo desaparecer. Afinal de contas, o que o teste quer alcançar?
Qual é o objetivo dele? O objetivo principal desse teste é saber se a pessoa
teve uma exposição prévia à tuberculina, ou seja, nós queremos responder se a pessoa foi exposta anteriormente ou não. Então, vamos observar agora o que pode acontecer
em cada um desses dois casos, se a pessoa foi exposta à tuberculina antes
ou se ela não foi exposta. Vamos começar observando o caso
de uma não exposição anterior. Deixe-me desenhar a pele aqui de novo como antes
e também vamos desenhar a tuberculina aqui. Nessa região, sempre vai ter alguns macrófagos, esses macrófagos vão ficar por aqui
patrulhando essa área. Eles querem ter certeza, como se fosse uma tropa policial, de que não está havendo problemas aqui. Assim que a tuberculina entrar nessa região, esses macrófagos vão vir e pegar uma dessas proteínas e eles vão ficar com elas dentro deles. Em seguida, os macrófagos vão apresentar aquela tuberculina para uma outra célula, a chamada célula "T". Quando a célula "T" receber essa proteína,
ela vai dizer o seguinte: "Olha, eu não tive contato prévio com ela,
então, eu não reconheço." Devido a isso, não vai acontecer absolutamente nada,
não vai representar grandes problemas. A célula "T" vai seguir o seu caminho
e vai deixar aquela área, largando as proteínas. Ao longo do tempo, elas serão mastigadas
e engolidas pelos macrófagos, depois de algum tempo, tudo vai ter terminado. E se você olhar do lado de fora, vai ver tudo plano, a pele estará saudável e plana. É óbvio quando você vê isso nessa imagem, claro que parece um plano, porque o que
estamos olhando é o nivelamento da pele, mas se você olhar bem,
vai ver que tem a vermelhidão aqui. Mas isso não é importante, se você passar
o seu dedo aqui, vai sentir que ela está nivelada, vermelha, mas nivelada, e essa é a chave. Nessa pessoa, poderíamos dizer que não há uma protuberância, então ela seria PPD negativa. Essa informação da PPD plana
mostra que ela tem uma PPD negativa. Agora vamos ver outro caso, no caso de um sim. Digamos que a pessoa teve uma
exposição prévia à tuberculose, vamos desenhar a pele novamente,
vamos pôr algumas tuberculinas aqui. Assim como antes, elas serão pegas pelos macrófagos. Os macrófagos vão pegar algumas delas e, como antes, novamente vai encontrar a célula "T", só que agora a célula "T" vai ficar por aqui e vai dizer: "Sabe de uma coisa? Eu já vi essa proteína antes." A célula "T" vai ficar bem interessada,
e é aqui que nós temos uma diferença, a célula "T" ficou interessada. Lembre-se que antes ela não ficou,
e deixou a área sem nenhum interesse, agora, como ela ficou interessada, começou
a liberar quimiocinas, que são mensagens químicas. E sabe o que isso faz? Atrai muitas outras células para a área. Muitos macrófagos vão chegar ao local,
e todos eles vão dizer: "Olha, que interessante!" É a célula "T" que nos conta que já vimos isso antes, por esse motivo, essa camada intradérmica
vai começar a ficar inchada com células. Vai ficar cheia de células, isso porque todos os novos macrófagos estão sendo atraídos para essa área, e visualmente vai se parecer com isso aqui. Vai ter muitas células vindas de todos os lados e se transformando numa grande
protuberância carregada de células. Conseguiu entender? Nós vamos ter muitas células aqui, alguns macrófagos e também algumas células "T", e chamamos isso de reação hipersensível. Quando você vê todas essas células
vindo para essa região, temos uma clássica reação de hipersensibilidade. Existem diferentes tipos de reações hipersensíveis, podemos chamar essa daqui de classe 4,
ou seja, tipo 4. E a razão para isso aqui ser o tipo 4, em particular,
é que envolve muitas células, ou seja, é uma reação celular em que
muitas células imunes estão envolvidas. Observe novamente o desenho, nós temos um monte
de macrófagos e células "T" nessa área, ou seja, uma reação hipersensível do tipo 4 bem aqui. Assim, se você colocar o seu dedo aqui para sentir, passar o seu dedo de um lado para o outro, você iria perceber que não estaria plano, não está plano porque formou uma protuberância. Chamamos isso de endurecimento,
já que essa região está bem firme. Algo interessante, também, é medir esse
endurecimento com uma régua. E essa medida vai ser feita
perpendicularmente ao eixo maior. Se o eixo maior estiver aqui,
vai escolher um ângulo de 90 graus, algo assim, mais ou menos, e é dessa forma que você vai poder
medir o endurecimento de um PPD. Como observamos nessa imagem,
esse é um caso de PPD positivo. Uma coisa que eu esqueci de dizer também, é que você vai ler esses PPDs 48 ou 72 horas
depois de ter injetado a proteína. Esse intervalo de tempo de 48 ou 72 horas é importante porque é o tempo necessário
para dizer se essa região vai estar plana ou não. Então, só depois desse tempo que você pode ler o PPD. O último ponto que eu quero deixar bem claro aqui, o que você quer observar é a protuberância,
e não a vermelhidão em volta. Você vai querer medir a vermelhidão?
Não, você vai querer medir a protuberância. Tenha isso em mente,
protuberância, e não vermelhidão. É muito fácil confundir um com o outro,
mas isso faz uma grande diferença. Então, guarde isso em sua mente,
é a protuberância, não a vermelhidão.