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Curso: Biblioteca de Física > Unidade 11
Lição 3: Energia potencial elétrica, potencial elétrico e tensãoEnergia potencial elétrica de cargas
Neste vídeo Davi explica como encontrar a energia potencial elétrica para um sistema de cargas e resolve um problema para encontrar a velocidade das cargas móveis. Para ver a derivação da fórmula assista este vídeo. Versão original criada por David SantoPietro.
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- Ás14:13, porquê as velocidades (inicial e final) são as mesmas?(2 votos)
Transcrição de vídeo
RKA10GM - Neste vídeo, vamos falar
sobre energia potencial elétrica das cargas. Vamos supor
que você tenha duas cargas elétricas. Vamos chamar esta de q₁, esta de q₂, esta com a massa m₁,
esta com a massa m₂. Vai haver uma distância entre elas,
que vamos chamar de r₁, e vai haver uma força
eletrostática de repulsão. Este é o quadro. Se temos uma força de repulsão
e elas estão abandonadas, obviamente, vão começar a adquirir energia
cinética, vão começar a se afastar uma da outra. Ou seja, vão passar para uma outra
posição cuja distância entre elas é maior, a força vai ser menor, porque a força varia
com o inverso do quadrado da distância, as cargas permanecem constantes, porque a carga não vai mudar
e a massa dela também não vai mudar. O que queremos saber é como podemos calcular
qual foi a variação da energia cinética. Se ela tinha uma energia potencial elétrica, e obviamente tinha,
porque começou a iniciar um movimento. Ou seja, este sistema transformou energia
potencial elétrica em energia cinética, como é que podemos calcular? Uma das maneiras de calcular seria
por meio da força de interação, que é k ‧ q₁ ‧ q₂ sobre r². E r² é "r" vezes "r". Se você pegar "r" e passar
para cá multiplicando, vai ter k ‧ q₁ ‧ q₂ sobre "r". E a força vezes "r",
sabemos que é trabalho. Tem um pequeno problema neste cálculo:
esta força não é constante, é variada. Então, se ela força é variada, a gente
não pode calcular dessa forma diretamente. Teríamos que calcular
por integral e utilizar cálculo. Vamos burlar um pouco essa lei. Vamos falar o seguinte: a energia potencial elétrica vai ser igual à energia
potencial elétrica final mais o quanto ela adquiriu. Variou a energia cinética, mas como só temos
energia cinética aqui, chegamos apenas à energia cinética
que o sistema vai adquirir. Esta energia potencial inicial e esta energia
potencial final, podemos calcular assim. A energia potencial elétrica
vai ser dada pela equação: K ‧ Q₁ ‧ Q₂ sobre a distância
entre as cargas. Lembre-se que aqui não está ao quadrado,
uma vez que aqui é a energia, a mesma unidade do trabalho,
que é joule. Portanto,
temos esta nossa equação. Por meio desta equação,
podemos calcular a energia potencial inicial, podemos calcular
a energia potencial final e, com isso, podemos achar
a variação da energia cinética. Achando a variação da energia cinética
e sabendo as massas das partículas, podemos calcular a velocidade
de cada uma delas. Portanto, vamos ver um exemplo
para esclarecer melhor este problema. Temos duas cargas,
cada uma tem 1 kg de massa. A primeira tem 4 µC, que estão separados de 3 cm. A segunda tem 2 µC, tem a massa de 1kg. E obviamente, estas duas cargas estão
sofrendo uma força eletrostática, que são iguais para as duas,
ação e reação. Mesmo que estas cargas
tenham valores diferentes, as forças que uma interage com a outra
é exatamente em sentidos opostos. Depois de um certo tempo, elas vão estar
com uma distância maior, vão estar com 12 cm. Aconteceu que ela tinha uma energia
potencial elétrica inicial aqui e agora parte desta energia potencial
elétrica foi transformada em energia cinética. Portanto, podemos dizer que é
a energia potencial elétrica final mais a variação
da energia cinética. Como essa variação da energia cinética é
a própria energia cinética adquirida pelo sistema, pois não teve nenhuma outra transformação
de energia por calor ou qualquer coisa, foi toda transformada
em energia cinética, podemos colocar que é a energia
cinética final do sistema. Como é que podemos
equacionar isso? Simplesmente
colocando a igualdade. E agora vamos colocar os valores. Temos que a energia
potencial elétrica inicial vai ser K ‧ Q₁ ‧ Q₂ sobre r₁,
que é a primeira distância. A energia potencial elétrica final
vai ser K ‧ Q₁ ‧ Q₂ sobre r₂, que é a distância final
mais a variação da energia cinética. Colocamos que a variação
da energia cinética vai ser a própria energia
cinética adquirida. Substituindo os valores,
temos "k", que é 9 vezes 10⁹ Nm² por C², a primeira carga, que é
4 µC vezes 10⁻⁶ C vezes 2 vezes 10⁻⁶ C, e 3 cm, colocamos na unidade internacional,
ou seja, 0,03 m, para que isso tudo
fique em joule. Deste lado,
temos 9 vezes 10⁹ Nm² por C²... 4 vezes 10⁻⁶ C vezes 2 vezes 10⁻⁶ C sobre a distância, que é 0,12. E temos o sinal de igualdade
mais a energia cinética. Fazendo essas contas vamos ter,
deste lado, 2,4 joules, e deste lado, vamos ter 0,6 joules
mais a energia cinética. Significa que a energia cinética
vai ser de 1,8 joules. Agora, que energia cinética é essa? A energia cinética é dada por ½ de mV², ou seja, ½ de mV² é 1,8 joules. Mas que "m" é esse? Você pode analisar que "m" é
a massa das duas partículas. Uma vez que esse sistema é conservativo,
a quantidade de movimentos se preserva, ou seja, esta massa
mais esta massa vezes a velocidade vai ter a mesma quantidade
de movimento de antes. Pensando de outra forma, a energia também
se conserva nesse sistema. Mas se você quiser analisar
de maneira separada, pode pegar ½ de 1 kg vezes V²
mais ½ de 1 kg vezes V² é igual a 1,8 joules. ½ mais ½, você vai ter 1, ou seja,
1 kg ‧ V² é igual a 1,8 joules. Ou seja, V² é igual a 1,8 joules dividido por 1 kg, o que vai dar que a velocidade
vai ser de 1,3 m/s. Portanto, conseguimos calcular a velocidade
das duas partículas porque estas massas são iguais, as forças de interação são iguais
porque é ação e reação. Elas foram submetidas à mesma força durante o mesmo tempo, ainda que essa força tenha sido variada. Por ter sido variada, calculamos a energia
cinética como a energia potencial elétrica inicial sendo igual à energia potencial elétrica final
mais a variação da energia cinética. Com a variação da energia cinética,
chegamos a 1,8 joules de variação da energia cinética, que é a energia cinética total do sistema. Como as massas são iguais,
somamos e achamos a velocidade. Vamos ver um outro problema. Neste outro problema, temos dados
muito semelhantes, apenas com uma diferença: primeiramente, elas estão afastadas,
e uma das cargas teve o sinal trocado, ou seja, agora, em vez de +2 µC, temos -2 µC. Então, você vai ter uma força de atração. Ou seja, se tem uma força
de atração e elas estavam paradas, significa que elas vão começar
a se movimentar uma em direção à outra, pois se ali há uma força e a massa,
ela vai ter uma aceleração. Como é que calculamos
a energia cinética neste caso? Obviamente, podemos até prever
que a energia cinética vai ser a mesma, uma vez que a distância é a mesma, variou a mesma coisa, tem a mesma massa,
tem as mesmas cargas e módulo, e elas se aproximaram de 12 cm para 3 cm. Mas como fazemos esse cálculo? Calculamos da mesma forma:
a energia potencial inicial vai ser igual à energia potencial final mais a variação da energia cinética. Agora, vamos substituir os valores
e verificar se existe alguma incongruência. Substituindo os valores,
temos 9 ‧ 10⁹ Nm² por C² vezes a primeira carga,
4 ‧ 10⁻⁶ C, vezes a segunda carga... A segunda carga é negativa
e colocamos um sinal negativo. Vamos ver que considerações
vamos levar em relação a isso. E tudo isso sobre a distância de 0,12. A energia potencial final,
quando eles se aproximam, vai ser 9 ‧ 10⁹ Nm² por C²
vezes 4 ‧ 10⁻⁶ C vezes... aqui também está -2 vezes 10⁻⁶ C sobre a distância, que é 0,03,
mais a variação da energia cinética. Fazendo esta conta,
você vai encontrar um valor de -0,6 joules. E fazendo esta conta,
você vai encontrar -2,4 joules mais a variação da energia cinética. Você pode estranhar muito encontrar
uma energia negativa. O que significa energia negativa? Porque se pensa sempre que há energia
e que se pode dá-la. Mas lembre-se que a energia
é uma grandeza escalar. A energia é uma grandeza à qual você pode se referenciar tanto positivamente como negativamente, por mais estranho que pareça. Para melhorar essa posição, vamos calcular o seguinte: você tem
uma energia potencial gravitacional mgh. Ou seja, até aqui, onde você tem
"h" igual a zero, a sua energia é positiva. Você tem uma certa altura e pode cair,
ou seja, tem a capacidade de cair. Mas vamos supor
que você cave um buraco. Neste buraco, você tem um amigo
que esteja neste patamar e este amigo que esteja
neste patamar. Ou seja, para dar apenas nomes aos bois, vamos supor
que este patamar seja de -5 joules e este patamar seja de -10 joules. Se este patamar, no qual estamos analisando
que sua energia potencial gravitacional é zero, podemos analisar que abaixo dela, temos relativamente
uma energia potencial negativa. E vou dizer o motivo:
se este seu amigo, vamos chamá-lo de John. Se ele passa para o patamar de -5 joules, significa que aumentou
a energia potencial em 5 joules. Se ele subir para zero,
vai aumentar em mais 5 joules. Ou seja, essa é uma energia relativa
e é como vamos ver aqui, pois esse nível de energia, -0,6 joules,
é um nível maior do que -2,4 joules. Como passamos para cá,
temos +2,4 - 0,6 e que vai dar os nossos 1,8 joules
como a variação da energia cinética. Então, temos que a energia cinética final
será de 1,8 joules e a energia cinética será ½ de 1 kg vezes V² mais ½ de 1 kg vezes V² vai ser igual a 1,8 joules. Vamos ter que 1 kg ‧ V² é 1,8 joules. Temos que V² é 1,8 joules sobre 1 kg, e tirando a raiz quadrada, vamos ter que a velocidade
vai ser de 1,3 m/s. Elas vão ter a velocidade, embora estejam
se aproximando de 1,3. E por este sistema
ser conservativo, não interessa se elas estão
se afastando ou se aproximando. Quando você calcula
a energia cinética, eleva a velocidade ao quadrado, não importa qual é a direção. É a energia cinética do sistema. Então, tínhamos uma energia potencial elétrica aqui, na qual estavam parados, e, ao se aproximarem,
eles adquiriram energia cinética. Ou seja, temos uma energia
potencial elétrica final mais a energia cinética
que eles adquiriram. E conseguimos
calcular a velocidade, uma vez que tínhamos a sua massa.