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Lição 3: Princípios da composiçãoProporção e escala
pelo Dr. Asa Mittman
Proporção
Proporção se refere à relação de partes de um corpo ou forma entre si, e das partes com o todo, por exemplo, o tamanho da cabeça de uma figura em relação ao corpo inteiro.
Escala
Escala é a relação das partes de uma imagem com a imagem como um todo, ou a algo no mundo fora da imagem, por exemplo, o tamanho da figura de um rei em uma imagem comparado com o tamanho da figura de seu servo na mesma imagem, ou o tamanho de uma estátua do rei em comparação com o tamanho de uma pessoa real. Começando pela proporção, podemos olhar novamente para Doríforos. Compararemos suas proporções com as de um Grupo de Altar de Benim com Oba (Rei) Akenzua I e Dois Atendentes.
As proporções de Doríforo foram estabelecidas de acordo com fórmulas matemáticas para criar uma imagem que o escultor acreditava representar o "homem ideal"
A Doríforo tem cerca de sete "cabeças" de altura, por assim dizer, enquanto que a Akenzua tem aproximadamente duas "cabeças" e meia de altura. Os membros da Doríforo cabem no intervalo de proporções humanas médias, enquanto as pernas de Akenzua são consideravelmente mais curtas do que o seu tronco.
Embora as suas proporções sejam bastante diferentes, ambos apresentam números considerados ideais pelas suas culturas. Doríforo incorpora literalmente o foco na beleza externa — de acordo com o gosto da época — que era prevalente na Grécia Clássica, enquanto a imagem de Akenzua mostra, com o alargamento intencional da cabeça, a maior importância do intelecto naquela cultura.
Escala hierática
Escala pode se referir a qualquer relação das partes com o todo, mas um tipo específico é de grande importância em muitos períodos: a escala hierática é uma escala baseada na importância relativa. Isto é, quanto mais importante for uma imagem, maior ela será em relação às imagens que a rodeiam. Isto é bem diferente da escala naturalista encontrada em obras organizadas usando a perspectiva linear, como a pintura de Perugino.
Akenzua, por exemplo, é consideravelmente maior do que as figuras que o rodeiam. Estes não são crianças, mas assistentes masculinos adultos. Mas não devemos supor que Akenzua é um gigante, mas sim que é muito mais importante do que os outros dois homens. Note também que os outros dois têm proporções bastante diferentes: as suas cabeças são muito menores em relação aos seus corpos, e seus braços e pernas são mais compridos. Isto nos mostra que as proporções de Akenzua são absolutamente deliberadas, não devido à incompetência, mas sim a um esforço consciente para transmitir um significado cultural.
Entretanto, antes de deixarmos esta obra, dois detalhes adicionais devem ser citados. Aos seus pés estão gatos pequenos, que na verdade são leopardos — símbolos tradicionais do rei — e por isso até mesmo os atendentes são relativamente gigantes. E abaixo dos gatos estão homens caídos, amarrados com as mãos para trás, decapitados. O simbolismo da decapitação como a morte mais desumanizante enfatiza a relevância da cabeça do rei que está acima deles.
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- As máscaras africanas, principalmente do Império do Benim,constituem uma idéia muito forte para a escultura contemporânea.Comentários...(2 votos)
- As máscaras africanas são elementos culturais de grande importância para os diversos povos que habitam o continente africano, especialmente na região subsaariana. Elas são usadas em vários rituais e cerimônias, como nascimentos, casamentos, funerais, iniciações, curas e celebrações. Elas representam espíritos, antepassados, animais, deuses e personagens da vida cotidiana.
O Império do Benin foi um dos mais poderosos e influentes da costa oeste da África, que existiu entre os séculos XIII e XIX EC. Ele se destacou pela sua arte, especialmente pelas suas esculturas e placas de metal, que retratavam os governantes e suas famílias, além de cenas históricas e religiosas.
As máscaras africanas do Império do Benin eram feitas de diversos materiais, como madeira, marfim, latão e bronze14. Elas tinham formas variadas, como humanas, animais ou abstratas. Elas expressavam diferentes significados e funções, como a beleza, a autoridade, a proteção e a comunicação com o sagrado.
Uma das máscaras mais famosas do Império do Benin é a Idia, uma máscara pendente de marfim que representa a mãe do rei Esigie (c. 1516 - c. 1550), que foi uma importante conselheira e guerreira. Essa máscara simboliza a força e a sabedoria femininas, além de ser um amuleto de boa sorte.
As máscaras africanas do Império do Benin podem ser consideradas como uma fonte de inspiração para a escultura contemporânea, pois elas demonstram uma grande habilidade técnica e artística, além de uma riqueza simbólica e cultural. Elas também revelam a diversidade e a complexidade da história e da sociedade africanas, que muitas vezes são ignoradas ou estereotipadas pelo olhar ocidental.(2 votos)