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Monastérios budistas

Por que Mosteiros?

Fiel Masculino em Pé, c. 2900-2600 a.C., Museu Metropolitano de Arte
Fiel Masculino em Pé (figura votiva), c. 2900-2600 a.C., Esnuna (a moderna Tel Asmar, Iraque), alabastro de gipsita, concha, pedra calcária preta, betume, 29.5 x 10 cm, Sumério (O Museu Metropolitano de Arte, Cidade de Nova Iorque)
O que é exatamente um mosteiro? Um mosteiro é uma comunidade de homens ou mulheres (monges ou freiras), que optaram por se retirar socialmente, formando uma nova comunidade dedicada à prática religiosa. A palavra monge deriva da palavra Grega monos, que significa só.
Pode ser difícil se concentrar muito tempo em orações e rituais religiosos quando o tempo precisa ser gasto em atividades diárias que garantam a sobrevivência (como comida e abrigo). Pensem nas antigas estátuas Votivas Sumérias de Tell Asmar, por exemplo (imagem acima). Estas estátuas foram colocadas em um templo situado em uma elevação na vila. Cada estátua representava um indivíduo em contínua oração como um substituto para o indivíduo real que estava ocupado vivendo, trabalhando no campo, cozinhando os alimentos e criando os filhos. A pessoa era retratada com mãos fechadas em oração (no centro do coração) com olhos bem abertos em perpétuo compromisso com os deuses.

A função do mosteiro

No Budismo e no Cristianismo no entanto, em vez das estátuas, monges ou freiras rezam em nome do povo. O mosteiro tipicamente se torna o foco espiritual da cidade ou vila mais próxima. No Cristianismo os monges rezam pela salvação das almas dos vivos. Mas no Budismo, não existe o conceito de alma. O objetivo não é o céu, mas a interrupção do ciclo interminável de renascimento (samsara), a fim de alcançar a moksha, que é independência ou libertação da dependência para o ego ou o mundo material, bem como um fim da samsara, e para realizar o nirvana (ou libertação ), que e estar liberado no estado infinito de unicidade com tudo.

As Quatro Nobres Verdades ou o Dharma

É difícil alcançar a moksha, e é por isso que o ensinamento do Buda se concentra em alcançar o Ilumininsmo ou o conhecimento que ajuda o praticante. Isso é descrito sucintamente em suas Quatro Nobres Verdades, também conhecidas como o dharma (a lei):
A vida á sofrimento (sofrimento = renascimento)
A causa do sofrimento é o desejo
A causa do desejo deve ser superada
Quando o desejo é superado, não há mais sofrimento (sofrimento = renascimento)
Os praticantes adeptos do budismo entenderam que nem todos estavam prontos para realizar os ritos necessários para atingir os objetivos finais de colocar um fim no samsara (renascimento). A pessoa comum podia, no entanto, melhorar seu karma (uma ação ou feito que desencadeia um ciclo de causa e efeito) por meio de atos cotidianos de caridade que fossem voltados, principalmente, à comunidade monástica.
Os monges e freiras Budistas meditavam e rezavam em nome da comunidade laica (ou laicidade, basicamente todos que não são sacerdotes ou monges), aqueles sem conhecimento especializado da fé, ajudando-os no objetivo de alcançar As Quatro Nobres Verdades. Monges e freiras também instruíam o praticante laico sobre como realizar os rituais, como meditar, e os aconselhavam sobre qual divindade Budista se concentrar (isso dependia do assunto ou obstáculo no caminho do praticante para o Iluminismo). Os laicos, por sua vez, sustentavam os monges com doações de alimentos e outros itens necessários. Era um relacionamento mutuamente benéfico.

As origens dos mosteiros

Nos primeiros anos do Budismo, seguindo as práticas das religiões da época, como o Hinduísmo e o Jainismo (e outras fés que não existem mais), os monges se dedicavam a uma vida ascética (uma prática de abnegação específica para a busca de objetivos religiosos ou espirituais), vagando pelo país sem residências permanentes. Eles eram alimentados, vestidos, e alojados no mau tempo por pessoas que desejavam ganhar mérito, que é um crédito espiritual obtido através de atos virtuosos. Com o tempo, complexos monásticos foram criados para os monges, suficientemente próximos de uma cidade para receber esmola ou caridade dos aldeões, mas longe o suficiente para não serem incomodados durante a meditação.

Três tipos de arquitetura: estupa, viara e o chaitya

O Budismo, a primeira religião Indiana a requerer grandes espaços comunitários e monásticos, inspirou três tipos de arquitetura.
O primeiro foi a estupa, um objeto significativo em arquitetura e arte Budistas. A um nível muito básico é um túmulo para o Buda. As estupas originais continham as cinzas do Buda. Relíquias são objetos associados a uma pessoa estimada, incluindo ossos daquela pessoa (ou cinzas no caso do Buda), ou coisas que a pessoa usou ou vestiu. A veneração, ou o respeito, pelas relíquias prevalece em muitas fés religiosas, particularmente no Cristianismo. Quando os mosteiros budistas ganharam importância, as estupas foram esvaziadas dessas relíquias e simplesmente se tornaram símbolos do Buda e da ideologia Budista.
Em seguida tivemos a construção da viara, um mosteiro Budista que também continha um dormitório para os monges.
Depois veio a chaitya, um auditório que continha uma estupa (embora vazia de relíquias). Esta se tornou uma característica importante para os mosteiros que eram cortados em penhascos na India central. O salão central da chaitya era organizado para permitir a circulação em volta da estupa.
Chaitya em Karle perto de Lonavala, Maharashtra, primeiro século a.C.
Chaitya em Karle perto de Lonavla, Maharashtra, século I a.C., foto: Fernando Stankuns (CC BY-NC-SA 2.0)
A estupa está no final da nave (o corredor central principal), como se vê na foto acima. Em ambos os lados das colunas estão corredores laterais para ajudar as pessoas a caminhar pelo espaço, em volta da estupa, e se afastar. Esta arquitetura é semelhante à do Cristianismo Primitivo (por exemplo, os corredores laterais da Igreja Cristã Primitiva em Roma, Santa Sabina, que ajudam o fluxo de pessoas que vêm adorar no altar no final da nave).

Mosteiros Budistas na Índia

Na Índia, por volta do século I, muitos mosteiros foram fundados como centros de aprendizagem em locais já associados com Buda e o Budismo. Estes locais incluem Lumbini, onde o Buda nasceu, Bodh Gaya, onde ele alcançou o Iluminismo e o conhecimento do dharma (as Quatro Nobres Verdades), Sarnath (Parque dos Veados), onde ele pregou seu primeiro sermão compartilhando o dharma , e Kushingara, onde ele morreu.
Grande Stupa, Sanchi, Índia, século III a.C. ao Século I d.C., foto: R Barraez D´Lucca(CC BY 2.0)
Grande Stupa, Sanchi, Índia, século III a.C. ao século I d.C., foto: R Barraez D´Lucca (CC BY 2.0)

Asoka: o primeiro Rei a abraçar o Budismo

Os locais da preferência do Rei Asoka (304-232 a.C.), o primeiro rei (do norte da Índia) a abraçar o Budismo, também eram importantes para a edificação de mosteiros. Por exemplo, o complexo em Sanchi, onde a Grande Stupa (Mahastupa) de Sanchi original foi criada como um relicário para as cinzas de Buda após sua morte, tornou-se a maior das muitas estupas que foram criadas mais tarde quando um mosteiro foi construído no local. Ashoka adicionou uma das suas famosas colunas neste local, colunas que não só proclamavam sua aceitação do Budismo, mas que também serviram como objetos de instrução sobre a ideologia Budista.
Um exemplo do centro monástico em Vaishali, ainda podemos ver as ruínas de uma das várias stupas, a coluna de Asoka e a posterior adição das celas dos monges e do centro administrativo, foto: Abhishek Singh
Um exemplo de centro monástico em Vaishali, ainda podemos ver as ruínas de uma das várias estupas, a coluna de Asoka e a posterior adição das celas dos monges e do centro administrativo. Logo esses tipos de mosteiros foram substituídos por acomodações talhadas na rocha devido à sua durabilidade, foto: Abhishek Singh (CC BY-SA 3.0)
Entre 120 a.C. e 200 d.C., mais de 1000 viaras (um mosteiro com residências para os monges), e chaityas (um salão de monumentos com estupa), foram estabelecidas ao longo de rotas comerciais antigas e prósperas. Os mosteiros requeriam grandes áreas habitáveis.
Planta da gruta 1 em Ajanta
Planta da gruta 1 em Ajanta
Uma viara era uma habitação de um ou dois andares, fronteada por uma varanda com colunas. As celas dos monges ou das monjas eram dispostas em torno de um salão de reunião central como na planta da viara Ajanta (acima). Cada cela continha uma cama de pedra, um travesseiro e um lugar para uma lamparina.
O mosteiro rapidamente se tornou importante e tinha um propósito trípice: como uma residência para monges, como centro de trabalho religioso (em prol dos laicos) e como um centro de aprendizagem Budista. Durante o reinado de Asoka no século III a.C., o Templo Mahabodhi (o Grande Templo do Iluminismo onde Buda alcançou o conhecimento do dharma, as Quatro Nobres Verdades) foi construído em Bodh Gaya, atualmente no estado Indiano de Bihar no norte da Índia. Ele continha um mosteiro e um santuário. Para reconhecer o local exato onde o Buda alcançou o iluminismo, Asoka construiu um trono de diamante (vajrasana, literalmente banco de diamantes), realçando o caminho indestrutível do dharma.

Grutas talhadas na rocha

As grutas talhadas na rocha foram estabelecidas no século III a.C., no Planalto Ocidental Decão, que compõe a maior parte do sul da Índia. Os primeiros centros monásticos talhados na rocha incluem as Grutas de Bhaja, as Grutas de Karla e as Grutas de Ajanta.
Grutas de Bhaja, c. século III a.C. ao século II a.C., foto: Andrea Kirkby. Vinte e duas grutas estão localizadas no sítio.
Grutas de Bhaja, c. Século III a.C. ao Século II a.C., foto: Andrea Kirkby (CC BY-NC 2.0). Vinte e duas grutas estão localizadas no sítio.
Os objetos encontrados nas grutas sugerem uma relação lucrativa entre os monges e comerciantes ricos. As grutas de Bhaja eram localizadas em uma grande rota de comércio do Mar Arábico na direção leste através da região de Decão, ligando o norte e o sul da Índia. Mercadores, ricos em função do comércio entre o Império Romano e o sudeste da Ásia, muitas vezes patrocinavam acréscimos arquitetônicos incluindo colunas, arcos, relevos e fachadas às grutas. Monges budistas, servindo como missionários, muitas vezes acompanhavam os comerciantes através da Índia, até o Nepal e Tibete, espalhando o dharma conforme viajavam.

Bhaja

Chaitya (salão do monumento monástico) em Bhaja, Índia, século I a.C. (Foto: Andrea Kirkby)
Chaitya (salão do monumento monástico) em Bhaja, India, Século I a.C., foto: Andrea Kirkby (CC BY-NC 2.0)
Em Bhaja não há outras representações do Buda além da estupa, já que Bhaja era um mosteiro atuante durante a fase inicial do Budismo, a Hinayana (veículo menor), quando nenhuma imagem do Buda foi criada. Na Hinaiana, a memória do Buda histórico e seus ensinamentos ainda eram uma parte muito real da prática. O próprio Buda não encorajou o culto a ele mesmo (algo que as imagens encorajariam), mas desejou que os praticantes focassem no dharma (a lei, as Quatro Nobres Verdades).
O salão principal chaitya (que continha uma estupa memorial, desprovida de relíquias, acima) em Bhaja contém uma estupa de pedra sólida na nave flanqueada por dois corredores laterais. É o exemplo mais antigo deste tipo de caverna talhada na rocha e lembra bastante as estruturas de madeira que a precederam. As colunas se curvam para dentro, o que pode ter sido necessário nas estruturas de madeira iniciais no norte da Índia para suportar a pressão para fora no topo da abóboda. Em grutas de pedra semelhantes, às vezes as colunas são colocadas em vasos de pedra, que imitam os vasos de pedra nos quais as colunas de madeira eram posicionadas, para evitar cupins. Esse é um exemplos de uma prática arquitetônica pragmática sendo adotada como padrão.
Ajanta, caverna 19 (Foto: Arian Zwegers)
Ajanta, gruta 19, foto: Arian Zwegers, (CC BY 2.0)

Ajanta

Em Ajanta, a fase inicial da construção também pertence à fase Hinaiana (veículo menor) do Budismo (na qual nenhuma imagem humana do Buda foi criada). As grutas são muito semelhante àquelas em Bhaja. Durante a segunda fase da construção, o Budismo estava na fase Maaiana (veículo maior) e imagens do Buda, predominantemente tiradas das histórias de jataka, as histórias de vida do Buda, eram pintadas por toda parte. Na fase Maaiana, que era mais distante no tempo da vida do Buda, havia a necessidade de lembranísicas do Buda e seus ensinamentos. Então imagens do Buda realizando seu Iluminismo e seu primeiro sermão (quando compartilhou as Quatro Nobres Verdades com os laicos) proliferaram. As pinturas em Ajanta fornecem alguns dos mais antigos e melhores exemplos de pintura Budista do período. As imagens também fornecem documentação de eventos contemporâneos e costumes sociais no império Gupta (320-550 a.D.).
Ajanta, Gruta 19 (interior), foto: Kirk Kittell (CC BY-NC 2.0)
Ajanta, Gruta 19 (interior), foto: Kirk Kittell (CC BY-NC 2.0)

Mosteiros entalhados na rocha se tornam mais complexos

Com o tempo, os mosteiros talhados na rocha se tornaram bastante complexos. Eles consistiam de vários andares com pátios internos e varanda. Algumas fachadas tinham relevos, imagens se projetando da rocha, do Buda e outras divindades. Uma estupa era ainda colocada no salão central, mas agora uma imagem do Buda era esculpida nela, enfatizando que o Buda é a estupa. Histórias da vida do Buda também eram, às vezes, acrescentadas ao interior tanto em pinturas quanto em relevos.
Ensaio da Dra. Karen Shelby

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