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Curso: Química orgânica > Unidade 10
Lição 2: Reações de aldeídos e cetonas- Formação de hidratos
- Formação de hemiacetais e hemicetais
- Formação catalisada por ácido ou base de hidratos e hemiacetais
- Formação de acetais
- Acetais como grupos protetores e tioacetais
- Formação de iminas e enaminas
- Formação de oximas e hidrazonas
- Adição de nucleófilos de carbono aos aldeídos e cetonas
- Formação de álcoois utilizando-se o agente redutor hidreto
- Oxidação de aldeídos utlizandos-se o reativo de Tollens
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Formação de acetais
Como os aldeídos reagem com álcoois por meio de um mecanismo catalisado por ácidos para formar acetais. Versão original criada por Jay.
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Transcrição de vídeo
RKA3JV - Se reagirmos um aldeído
ou uma cetona com álcool em excesso, em um meio ácido,
formaremos um acetal. Aqui, à direita,
temos um acetal. Perceba que o R"O
veio do nosso álcool, e o OR" também
veio do nosso álcool. Você também verá a
formação de água nesta reação. Esta reação está em equilíbrio,
então há várias coisas que podemos fazer para deslocá-lo para direita,
formando mais dos nossos acetais. Uma opção seria reduzir
a quantidade de água formada, pois ao decrescer a
concentração deste produto o equilíbrio irá se deslocar,
objetivando formar mais deste produto, o que acarretará
na produção de mais acetal. Outra opção para deslocar
o equilíbrio para a direita, seria aumentar a concentração
de um dos reagentes. Um aumento na
concentração de um aldeído, faria com que nós tivéssemos
o deslocamento para a direita, formando mais
dos seus acetais. No laboratório, há várias coisas
que podem ser feitas para aumentar
o rendimento. Por estarmos em um meio ácido, podemos
usar várias fontes de prótons diferentes. Podemos usar algo como ácido sulfúrico,
o nosso famoso H₂SO₄, ou algo como ácido
toluenossulfônico, o TSOHR. Estes são dois dos catalisadores mais
usados para formar o seu acetal. Vamos olhar para
esta reação e, então, veremos o mecanismo que
ocorre nesta aqui de baixo. É um mecanismo
um pouco longo, eu acredito que fique
mais fácil entender se usarmos uma
reação de verdade aqui. Temos uma cicloexanona reagindo
com etanol em excesso, usando ácido sulfúrico
como catalisador. Vamos olhar para
este padrão geral que prevê a estrutura
de um acetal qualquer. Veja que esta
porção da molécula pode ser adicionada
ao nosso anel. Aqui está ele. Então, teríamos o nosso
oxigênio e o nosso grupo "R". O nosso oxigênio e o nosso
grupo "R", deste jeito. E este é o produto,
uma molécula engraçada, mas que, de fato,
é o nosso produto. Pensemos em um mecanismo
em que ocorre essa reação. Tendo etanol e o ácido sulfúrico,
é possível que o etanol ganhe prótons. Vejamos um íon
que ganhou próton, isso é uma das primeiras
coisas que poderiam ocorrer. Ele ganhou um próton,
sendo que veremos funcionando como um ácido reagindo
com a cicloexanona. Aqui temos
a cicloexanona, sendo que um par de elétrons
livres dela pegará um próton, um próton
de qualquer lugar. E aqui, à esquerda,
estaria o nosso ácido. Os elétrons movem-se para cá
para formar o etanol, e o carbono da carbonila
ganhou um próton. Vamos desenhar isso. No primeiro passo, o carbono
da carbonila ganha um próton, algo que é
favorecido aqui, porque isso deixa o seu carbono
ligado ao oxigênio mais eletrofílico. Vamos desenhar isso. Teríamos um
próton agora, além de um par de elétrons
livre no nosso oxigênio. Vamos colocar estes
elétrons em magenta. Eu peguei este próton,
o que formou esta ligação deixando este oxigênio com
uma carga formal de +1. Sabemos que por causa
da estrutura de ressonância, este carbono torna-se
mais eletrofílico, ou seja, este carbono irá
funcionar como um eletrófilo. Portanto, o nucleófilo
pode reagir com ele. Nós temos um nucleófilo
presente, que seria o etanol, uma molécula de etanol entra na
reação funcionando como um nucleófilo. Um par de elétrons livres,
ataca o nosso eletrófilo mandando estes elétrons π
para este oxigênio. Este seria o nosso segundo passo,
o ataque nucleofílico. Vamos escrever isso. Tivemos o passo 1, o ganho de um próton
por parte do nosso carbono do carbonila. Passo 2, o ataque nucleofílico. Um ataque nucleofílico faz
com que este oxigênio aqui fique com dois pares de
elétrons livres ao seu redor. Desenhemos isso colocando
os elétrons em azul. Estes elétrons foram para o nosso
oxigênio, dessa forma. Formamos uma ligação entre o oxigênio
do nosso etanol com este carbono. Ou seja, temos uma
nova ligação aqui. Aqui nós ainda tínhamos um hidrogênio,
um grupo etil e uma carga formal +1. Prosseguindo, vamos arranjar
espaço aqui embaixo. O terceiro passo, seria
a perda de um próton. Então, deixe-me
escrever isso. Passo 3,
perda de próton. Outra molécula de etanol poderia
vir aqui e funcionar como uma base. Um par de elétrons livres do etanol
poderia pegar este próton, deixando estes elétrons
para trás no nosso oxigênio. Vamos mostrar isso. Seguindo, nós temos o nosso anel,
temos um grupo "OH" aqui, à esquerda. Vamos colocar elétrons
aqui, e aqui à direita. Nós teríamos, desta vez, dois pares
de elétrons livres no nosso oxigênio. Eu vou colocá-los
em verde. Estes elétrons aqui moveram-se
em direção ao oxigênio. Observando a estrutura
mais profundamente, trata-se de
um hemiacetal. O resultado da perda de prótons
é este hemiacetal aqui, que é o produto
intermediário da reação. O próximo passo é constituído
por ganhos de próton, trata-se
do passo 4. Iremos dar um elétron ao
nosso grupo "OH" à esquerda. Uma das
possibilidades seria se este etanol que ganhou um próton
funcionasse como um ácido. Vamos desenhar isso. Há uma carga formal
de +1 neste oxigênio, e um par de elétrons livres
toma um próton deixando este oxigênio
para trás. Eu vou desenhar isso. Demos um próton
ao nosso "OH". Sendo que o motivo pelo qual
fazer isso é algo recomendável, porque isso nos fornece água,
um bom grupo de saída. Novamente, vejamos
estes elétrons. Eu vou usar, de novo,
a cor magenta. Estes elétrons aqui
pegam um próton. Então, vamos mostrar estes elétrons
funcionando como uma ligação agora. Aqui à direita, temos novamente
o nosso oxigênio, o nosso grupo etil e os nossos 2 pares
de elétrons livres, os quais manteremos
em verde aqui. Agora, já que o "OH"
ganhou prótons, este oxigênio fica com
a carga formal de +1. Olhando mais profundamente,
eu vou usar vermelho aqui. Olhando melhor, você vê
a água escondendo-se. Eu sei que a água é um
ótimo grupo de saída, então se estes elétrons
em verde fossem para cá, para refazer
essa dupla ligação, isso mandaria os elétrons para
o oxigênio, isso nos forneceria água. Esta porção sofre desidratação,
o que nos fornece água. Prosseguindo, eu vou indicar
que este é o próximo passo. No próximo passo, quando
estes elétrons chegam aqui, sendo que este seria
o passo 5, perderíamos H₂O. Por isso, este passo é
um passo de desidratação. Ficaríamos com,
novamente, o nosso anel. Sendo que, desta vez, uma dupla
ligação com este oxigênio é um grupo etil com ramificação
daquele oxigênio ali. Vamos deixar claro que ainda há um
par de elétrons livres neste oxigênio, além de uma
carga formal de +1. Os elétrons em verde,
estes elétrons aqui, moveram-se para cá para que a nossa
dupla ligação seja formada novamente. De novo, temos uma carga
formal de +1 no oxigênio. Ao desenhar uma
estrutura de ressonância, nós teríamos este carbono
sendo bastante eletrofílico. Mais uma vez, nós iremos ter um
nucleófilo atacando o nosso eletrófilo. No passo que vem a seguir, o passo 6,
será o ataque nucleofílico. Nele temos um nucleófilo,
que no caso será o nosso etanol. Então, aqui está
ele, o etanol. Vamos representá-lo aqui
com pares de elétrons livres. Um destes pares, é claro,
atacará o nosso eletrófilo. O nucleófilo
ataca o eletrófilo, o que iria empurrar estes elétrons
para este oxigênio aqui. Vamos desenhar
o que teríamos a seguir. Temos o oxigênio ainda
com o hidrogênio ligado a si. E aqui está o etil, além de
um par de elétrons livres e uma carga formal
de +1 no oxigênio. Vamos destacar
estes elétrons. Aqui, em magenta, estes elétrons
formaram uma ligação, de forma que o oxigênio
esteja ligado ao carbono. À direita, nós temos um
oxigênio com um grupo etil, sendo que, agora, há dois pares
de elétrons livres neste oxigênio. Estamos quase lá,
chegando no passo final. O passo 7, seria
a perda de prótons. Nele, tudo o que podemos fazer
é tirar aquele próton, o que resultaria na formação
do nosso acetal. Novamente, poderíamos
ter uma molécula de etanol vindo para cá,
funcionando como uma base e, então, um par de elétrons
pegaria este próton, deixando estes elétrons
para trás no oxigênio. Nós, finalmente, poderíamos
desenhar o nosso acetal. Vamos deixar isso um
pouco mais angular. À esquerda, teríamos
um oxigênio com um etil, e este carbono ligado a outro oxigênio
com o grupo etil, desta forma. Prosseguindo, mostraremos estes
elétrons finais aqui no nosso oxigênio. Novamente, destaco estes elétrons,
eles vieram para o nosso oxigênio. Formamos o nosso acetal, temos
um mecanismo muito longo, até um pouco desafiador,
mas eu acho que ficou mais fácil por usarmos uma reação
de verdade para isso. Vamos ver duas questões rápidas
para pensar no acetal formado. Vamos ver essa
próxima reação. Temos o aldeído
e o butanol. Desta vez, usaremos
o ácido toluenossulfônico como o nosso
catalisador ácido. Algo que você
poderia fazer é aumentar a concentração
de um dos reagentes, pois ao aumentar a
concentração do acetaldeído você fará com que essa
reação ocorra até o fim. Ao pensar na
estrutura do produto, sabemos que iremos adicionar
esta parte do álcool a este carbono, o que irá ocorrer
duas vezes. Vamos verificar se
temos dois carbonos. Aqui estão eles. E temos aquele carbono
ligado a um oxigênio. O nosso produto terá
quatro carbonos, 1, 2, 3, 4. Sabemos que este carbono
está ligado a outro oxigênio. Temos 1, 2, 3, 4.
E este acetal seria formado. Vamos destacar
alguns carbonos aqui, de forma que os
encontremos no produto. Este carbono aqui seria
este carbono da direita. Este carbono, o carbono
da carbonila, estará bem aqui. Então, vamos mudar as cores
na molécula de butanol. O oxigênio seria este
aqui e este outro. Então, temos 1, 2, 3, 4 carbonos.
Teríamos 1, 2, 3, 4. Contar os carbonos
é uma das técnicas possíveis para descobrir
seu produto final. Vamos fazer mais
uma reação aqui. Aqui temos
uma cetona, uma cetona de quatro carbonos,
nossa butanona, reagindo com etilenoglicol e, novamente, usaremos o ácido
toluenossulfônico como nosso catalisador. Este exemplo será diferente, pois veja
que temos um diol como reagente. Ali em cima, nós teríamos
o butanol, só um "OH". Mas este aqui
tem dois "OH". Vamos tentar descobrir
o produto aqui, isso ajuda a passar por
um mecanismo rapidamente. O ácido toluenossulfônico
irá nos ajudar dando um próton ao
nosso carbono da carbonila, sendo que então teríamos
o nosso ataque nucleofílico. Um destes "OH"
irá fazer um ataque aqui. Então, sem precisar passar por todos
os passos do mecanismo de novo, pois se trata de
um mecanismo complicado, eu irei pular para
um dos últimos passos, no qual nós já
perdemos água, H₂O, o que nos indica que passamos
pelo passo da desidratação. Assim, isso seria o nosso
composto intermediário, no qual haverá uma carga
formal de +1 neste oxigênio. Temos estes dois carbonos aqui
e o nosso grupo "OH" neste lado. Vamos desenhar colorindo
alguns de nossos átomos, de tal forma que
eles se correspondam. Este oxigênio já
fez uma ligação, nós já perdemos água, este oxigênio
é este oxigênio aqui. Ainda temos outro grupo "OH"
nesta molécula, ele está bem aqui. Ao chegar neste passo, nós iremos ter
um ataque nucleofílico intramolecular. Estes elétrons irão atacar este carbono,
mandando estes elétrons para o oxigênio. Ao pensar no produto final,
você terá um produto cíclico aqui, uma cetona cíclica. Teríamos os nossos
quatro carbonos, teríamos este oxigênio e,
então, dois carbonos e este oxigênio, sendo que ambos estão
ligados a este carbono aqui. Novamente, vamos
destacar alguns carbonos. Este carbono aqui,
este outro ou este carbono e este carbono aqui no nosso
produto final, desta forma. Neste acetal cíclico
que formamos, temos uma reação um pouco
mais complexa do que as passadas. No próximo vídeo, veremos
o uso de acetais cíclicos como grupos
de proteção.