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Rotacional, rotação do fluido em três dimensões

O rotacional é um operador que mede a rotação em um escoamento de fluido indicada por um campo vetorial tridimensional.

Conhecimentos prévios

Observação: nesse artigo usaremos a seguinte convenção:
  • i^ representa o vetor unitário na direção x.
  • j^ representa o vetor unitário na direção y.
  • k^ representa o vetor unitário na direção z.

O que estamos construindo

  • Rotacional é um operador que, a partir de uma função que representa um campo vetorial tridimensional, gera uma nova função que representa um campo vetorial tridimensional diferente.
  • Se um fluido escoa pelo espaço tridimensional ao longo de um campo vetorial, a rotação do fluido em cada ponto, representada por um vetor, é dada pelo rotacional do campo vetorial original calculado naquele ponto. O campo vetorial rotacional deve ter sua magnitude reduzida à metade se quisermos que as magnitudes dos vetores do rotacional sejam iguais à velocidade de rotação do fluido.
  • Se uma função vetorial tridimensional v(x,y,z) tem como funções componentes v1(x,y,z), v2(x,y,z) e v3(x,y,z), o rotacional é calculado da seguinte forma:
    ×vNotação do rotacional=(v3yv2z)i^+(v1zv3x)j^+(v2xv1y)k^

Descrição de uma rotação com um vetor

Se um objeto gira em duas dimensões, você pode descrever completamente a rotação com uma constante: a velocidade angular. Velocidades angulares positivas indicam rotação no sentido anti-horário enquanto valores negativos indicam rotação no sentido horário. O valor absoluto da velocidade angular indica a velocidade de rotação, geralmente dada em radianos por segundo.
Para um objeto que gira em três dimensões, a coisa é um pouco mais complicada. Precisamos representar tanto a velocidade angular quanto a direção de rotação do objeto no espaço tridimensional.
Para fazer isso, a rotação em três dimensões é tipicamente representada por um único vetor. A magnitude do vetor indica a velocidade angular, e a direção do vetor é determinada por uma convenção super importante, chamada de "regra da mão direita".
  • REGRA DA MÃO DIREITA: curve os dedos da sua mão direita na direção da rotação e mantenha o polegar esticado. O vetor que representa essa rotação tridimensional é, por definição, orientado na direção do seu polegar.
O seu polegar deve apontar o eixo de rotação. Ao adotar essa convenção e usar a mão direita ao invés da esquerda, diferenciamos uma certa rotação tridimensional da sua inversa em sentido oposto. Basicamente, estendemos a noção de sentidos horário e anti-horário ao espaço tridimensional.
Por exemplo, a rotação da Terra no espaço seria descrita usando um vetor que aponta do centro da Terra em direção ao polo norte e cuja magnitude é igual à velocidade angular de rotação da Terra (que por sinal é de 0,0000729 radianos/segundo).

Revisão da rotação bidirecional de um fluido

No artigo conhecendo o rotacional, apresentei como um fluido escoa segundo um campo vetorial bidimensional definido pela função
v(x,y)=[y39yx39x]=(y39y)i^+(x39x)j^
A animação abaixo mostra uma simulação disso, onde as partículas de fluido (pontos azuis) sempre se movem na direção do vetor mais próximo a elas. Para os objetivos do estudo do rotacional, repare no que acontece dentro e em torno das regiões circuladas.
Invólucro do vídeo da Khan Academy
O fluido gira no sentido anti-horário nos círculos da direita e da esquerda, e no sentido horário nos círculos de cima e de baixo. No estudo do rotacional, a pergunta chave é: quanto o fluido gira em torno de cada ponto específico (x0,y0) no plano?
No último artigo, dei uma ideia intuitiva de que a resposta para essa pergunta é o que podemos chamar de rotacional bidimensional de v, que tem a seguinte fórmula:
rotacional bidirecionalv(x0,y0)=v2x(x0,y0)v1y(x0,y0)
Aqui, v1 e v2 são os componentes da função vetorial v. Por exemplo, para o campo vetorial específico dado acima, definido por (y39y)i^+(x39x)j^, a resposta seria
(x39x)x(y39y)y=3x29(3y29)=3x23y2
Note que o resultado é uma função escalar. Você escolhe um ponto, como (2,1), e obtém uma constante que indica a velocidade angular do fluido próximo desse ponto, 3(2)23(1)2=123=9. Esse valor representa o dobro da velocidade angular do fluido em torno desse ponto, logo a velocidade de rotação é de 4,5 radianos/segundo (falaremos mais sobre isso depois). O importante é que você obtém um único número escalar para descrever a rotação.
Isso faz sentido, pois a rotação de um objeto em duas dimensões pode ser descrita por uma constante (escalar), logo a rotação em torno de todos os pontos possíveis em um escoamento deve ser descrita por uma função escalar.
Questão para reflexão: na animação do escoamento acima, existe algum componente rotacional do fluido na origem (0,0)?
Escolha 1 resposta:

Passando para três dimensões

Em preparação para avançarmos para três dimensões, vamos expressar a rotação do fluido acima usando vetores. Concentre-se em uma região de rotação anti-horária, como o círculo mais à direita na animação acima. Imagine colocar os dedos da sua mão direita em volta desse círculo, de forma que eles apontem na direção das setas (no sentido anti-horário nesse caso) e estique o polegar. O polegar deve apontar para fora da página, na direção positiva de z, paralela ao vetor unitário k^.
Se fizermos isso para cada ponto, atribuindo um vetor para a rotação em torno de cada ponto no plano xy de acordo com a fórmula rotacional bidimensionalv(x,y)=3x23y2, obteríamos algo assim:
Invólucro do vídeo da Khan Academy
Vetores apontando na direção positiva do eixo z indicam rotação no sentido anti-horário próxima a esse ponto, e vetores apontando no sentido oposto indicam rotação no sentido horário, quando vistos de cima do plano xy. A magnitude de cada vetor indica a velocidade de rotação. Poderíamos descrever esse sistema de vetores com a expressão
(3x23y2)k^
Esse é quase um campo vetorial tridimensional, exceto que estamos olhando para os pontos no plano xy e não em todo o espaço. O rotacional propriamente dito só se aplica a campos vetoriais tridimensionais, então, para nos prepararmos para o conteúdo mais abaixo, vamos transformá-lo em um exemplo realmente tridimensional. Para começar, vamos estender a nossa função vetorial v a uma função tridimensional similar v3d.
v3d(x,y,z)=[y39yx39x0]=(y39y)i^+(x39x)j^+(0)k^
Para um campo vetorial tridimensional, esse aqui parece muito plano, não é? O componente k^ é igual a 0 em todos os pontos, e nenhum componente depende do valor da variável z. Nós apenas copiamos o campo vetorial bidimensional original para cada fatia do espaço tridimensional paralelo ao plano xy.
O próximo vídeo mostra a aparência do campo vetorial v3d, onde mantemos o plano xy (em cinza) e os círculos vermelhos como pontos de referência. Note que em cada camada paralela ao plano xy, os vetores são idênticos aos vetores originais que tínhamos no plano xy do nosso campo vetorial puramente bidimensional v da seção anterior.
Invólucro do vídeo da Khan Academy
Novamente, imagine esse campo vetorial representando o escoamento de um fluido, como o ar em uma sala ou a água em uma piscina. Quando representamos a rotação desse fluido em torno de cada ponto com um vetor ligado a esse ponto, temos um novo campo vetorial, como mostrado no próximo vídeo:
Invólucro do vídeo da Khan Academy
Isso é dado pela função vetorial
w(x,y,z)=(0)i^+(0)j^+(3x23y2)k^
Essa é a mesma fórmula que tínhamos antes, (3x23y2)k^, porém o importante é que agora ela se aplica a todos os pontos (x,y,z) do espaço, e não apenas aos pontos (x,y) do plano xy.
  • O fato de a variável z não influenciar o resultado reflete o fato de o movimento do fluido ser igual em todas as camadas de espaço paralelas ao plano xy.
  • O fato de os componentes i^ e j^ serem iguais a 0 significa que todos os vetores rotação apontam apenas na direção z, o que implica que toda rotação do fluido é paralela ao plano xy.
Esse novo campo vetorial w (azul) é chamado de "rotacional" do campo vetorial inicial v3d (verde). Você poderá encontrar isso escrito como
w=rotv3d
Esse é o nosso primeiro exemplo genuíno de rotacional tridimensional: o rotacional, sendo um operador matemático, toma uma função vetorial tridimensional v3d, que pode ser entendida como uma representação do escoamento de um fluido, e gera outra função vetorial tridimensional "rotacionalv3d", que representa a rotação próxima a cada ponto desse fluido.

Visualizando a rotação de um fluido em três dimensões

Em um escoamento tridimensional genérico, a rotação pode não ser sempre paralela ao plano xy. Assim, pode ser difícil enxergar o que está acontecendo. Muito difícil.
Por exemplo, imagine que o ar ao seu redor está se movendo e girando caoticamente. Agora, escolha um ponto específico (x0,y0,z0) no espaço. O que você acha que "rotação do ar próximo a esse ponto" significa?
Aqui temos algumas táticas:
  • Imagine que há uma bola de tênis pequena cujo centro está fixo no ponto (x0,y0,z0), mas que está livre para girar. Talvez você tenha inventado mágica para mantê-la em posição, ou então tem algum tipo de dispositivo engenhoso de suspensão magnética. O ar se movendo em torno dela pode fazer com que ela gire de uma maneira ou de outra. O vetor rotacional ligado a esse ponto será o vetor que descreve a rotação dessa pequena bola de tênis, da mesma forma que nós descrevemos a rotação da terra acima usando um único vetor.
  • Alternativamente, imagine uma flecha com penas bonitas e grossas. Do tipo que o Robin Hood atiraria. Coloque a flecha parada no ar, de modo que as penas estejam no ponto (x0,y0,z0). Novamente, você fez mágica e encontrou uma forma de fixar a base da flecha nesse ponto, mas você está livre para orientar a flecha em qualquer direção que desejar, e ela gira livremente, com base na maneira como o vento sopra as suas penas.
Se você experimentar diversas orientações da flecha e encontrar a direção em que as correntes de ar fazem a flecha girar mais rápido, essa será a direção do vetor rotacional no ponto (x0,y0,z0).
Isso é parecido com como o gradiente aponta na "direção maior subida". O rotacional aponta na "direção de maior rotação".

Notação e fórmula para o rotacional

Vamos escrever v como uma função vetorial genérica, com três variáveis de entrada (x,y,z) e uma saída com três coordenadas. Vamos escrever essa saída com três coordenadas em termos de três funções escalares: v1(x,y,z), v2(x,y,z), e v3(x,y,z).
v(x,y,z)=[v1(x,y,z)v2(x,y,z)v3(x,y,z)]=v1(x,y,z)i^+v2(x,y,z)j^+v3(x,y,z)k^
A notação do rotacional usa o mesmo símbolo "" usado nas expressões para o gradiente e o divergente, e mais uma vez pensamos nele como a representação de um vetor de operadores derivada parcial:
=[xyz]
O rotacional é considerado o produto vetorial entre esse "vetor" e a função v, e é calculado usando o determinante, como de costume:
rotv=×v=[xyz]×[v1(x,y,z)v2(x,y,z)v3(x,y,z)]=det([i^j^k^xyzv1v2v3])=(v3yv2z)i^+(v1zv3x)j^+(v2xv1y)k^
Eu sei o que você está pensando: "Esse é o determinante mais esquisito que eu já vi na vida. Os elementos nem são números! Uma linha tem vetores, outra tem operadores e a última tem funções. Dá mesmo pra fazer isso?" É um pouco estranho, com certeza, mas funciona, no mínimo, como um truque notacional.

Intuição para a fórmula

Vamos dar uma olhada de perto nesse resultado final:
Rotv=(v3yv2z)i^+(v1zv3x)j^+(v2xv1y)k^
Note que cada componente é como sua própria versão do operador rotacional bidimensional que encontramos no artigo introdução ao rotacional. De fato, o componente k tem exatamente a mesma fórmula que o rotacional bidimensional. Isso deve fazer sentido, pois o componente k do rotacional deve medir o componente de rotação do fluido paralelo ao plano xy.
Da mesma forma, os componentes i^ e j^ medem os componentes da rotação do fluido paralelos aos planos yz e xz, respectivamente.
(v3yv2z)i^ Componente do rotacional paralelo ao plano yz (v1zv3x)j^ Componente do rotacional paralelo ao plano xz (v2xv1y)k^ Componente do rotacional paralelo ao plano xy 
Um pequeno detalhe que devo mencionar é que quando você calcula o rotacional em um ponto para obter um vetor (considerado um vetor de rotação), a magnitude desse vetor não é igual à velocidade angular do fluido imaginado próximo a esse ponto. Em vez disso, a magnitude é igual a duas vezes a velocidade angular do fluido.

Exemplo: encontrar a rotação em um campo vetorial tridimensional usando o rotacional

Problema: suponha que um determinado fluido escoe em três dimensões de acordo com o campo vetorial a seguir
v(x,y,z)=(x3+y2+z)i^+(zex)j^+(xyz9xz)k^
Descreva a rotação do fluido próximo do ponto (0,1,2)
Etapa 1: calcule o rotacional (você talvez precise de papel para isso)
×v=
i^+
j^+
k^

Etapa 2: substitua (0,1,2) na expressão encontrada.
×v(0,1,2)=
i^+
j^+
k^

Etapa 3: interprete
Próximo ao ponto (0,1,2), a rotação do fluido é cerca de
radianos por segundo, com rotação aproximadamente paralela ao

Resumo

  • O rotacional é um operador que, a partir de uma função que representa um campo vetorial tridimensional, gera uma nova função que representa um campo vetorial tridimensional diferente.
  • Se um fluido escoa pelo espaço tridimensional ao longo de um campo vetorial, a rotação do fluido em cada ponto, representada por um vetor, é dada pelo rotacional do campo vetorial original calculado naquele ponto. O campo vetorial rotacional deve ter sua magnitude reduzida à metade se quisermos que as magnitudes dos vetores do rotacional sejam iguais à velocidade de rotação do fluido.
  • Se uma função vetorial tridimensional v(x,y,z) tem como funções componentes v1(x,y,z), v2(x,y,z) e v3(x,y,z), o rotacional é calculado da seguinte forma:
    ×v=(v3yv2z)i^+(v1zv3x)j^+(v2xv1y)k^

Só por diversão

Aqui está uma animação do escoamento de fluido que mostrei bem no começo do artigo, mas agora cada ponto é tratado de forma mais precisa como uma gota d'água, flexionando e torcendo com base em quanto o campo vetorial puxa cada partícula individual da gota. Também foram removidos os vetores do campo vetorial para que seja mais fácil ver como o fluido se move. Espero que isso dê uma ideia do quão complexa e também bela pode ser a concepção de campos vetoriais usando escoamentos de fluidos.
Invólucro do vídeo da Khan Academy

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