If you're seeing this message, it means we're having trouble loading external resources on our website.

Se você está atrás de um filtro da Web, certifique-se que os domínios *.kastatic.org e *.kasandbox.org estão desbloqueados.

Conteúdo principal

FAQ: Despolarização de neurônios, hiperpolarização e potenciais de ação

Resposta da pergunta #AskKhanAcademy Fall Finals 2015.

Pergunta:

O que causa a hiperpolarização e a despolarização do potencial de membrana, e como a alteração no potencial de membrana desencadeia potenciais de ação graduados para a transmissão de sinais?
– Vincent Tse

Resposta:

Olá Vincent,
Essa é uma ótima pergunta. Aqui temos a resposta por escrito, com alguns links de vídeos que também podem te ajudar.

Hiperpolarização e despolarização

No repouso, um típico neurônio tem um potencial de repouso (potencial ao longo da membrana) de 60 a 70 milivolts. Isso significa que o meio interno da célula está carregado negativamente em relação ao meio externo.
Hiperpolarização é quando o potencial de membrana se torna mais negativo em um determinado ponto da membrana do neurônio, enquanto despolarização é quando o potencial de membrana se torna menos negativo (mais positivo). Despolarização e hiperpolarização ocorrem quando canais de íons da membrana se abrem ou se fecham, alterando a capacidade de um íon em particular entrar ou sair da célula. Por exemplo:
  • A abertura de canais que permitem a saída de íons positivos da célula (ou que permitem a entrada de íons negativos) podem causar a hiperpolarização. Exemplo: a abertura de canais que permitem que K+ saia da célula ou que permitem a entrada de Cl na célula.
  • A abertura de canais que permitem a entrada de íons positivos para dentro da célula podem causar despolarização. Exemplo: abertura de canais que permitem a entrada de Na+ na célula.
A abertura e fechamento desses canais pode depender da ligação de moléculas sinalizadoras, tais como neurotransmissores (canais iônicos dependentes de ligantes) ou dependentes da voltagem da membrana (canais iônicos dependentes de voltagem).

Potenciais graduados

Um evento de despolarização ou hiperpolarização pode simplesmente produzir um potencial graduado, uma diminuta mudança no potencial da membrana que é proporcional ao tamanho do estímulo. Como o nome sugere, um potencial graduado não vem em apenas um tamanho - na verdade, ele vem em uma vasta gama de tamanhos levemente diferentes, ou gradações. Assim, se apenas um ou dois canais se abrirem (devido a um estímulo pequeno, como a ligação de algumas moléculas de neurotransmissor), o potencial graduado pode ser pequeno, ao passo que se mais canais se abrirem (devido a um estímulo maior), ele pode ser maior. Potenciais graduados não percorrem longas distâncias ao longo da membrana neuronal, mas sim curtas distâncias, diminuindo conforme se espalham e eventualmente desaparecendo.

Potencial de ação

Por outro lado, um evento de despolarização suficientemente grande, talvez resultante de várias despolarizações ocorrendo ao mesmo tempo, pode levar à formação de um potencial de ação. Um potencial de ação, diferente de um potencial graduado, é um evento tudo-ou-nada: ele pode ou não ocorrer, mas, quando ocorre, será sempre do mesmo tamanho (não é proporcional ao tamanho do estímulo).
Imagem modificada de "How neurons communicate: Figure 3," por OpenStax College, Biology (CC BY 3.0).
  • Um potencial de ação começa quando uma despolarização aumenta a voltagem da membrana de modo que ela ultrapasse o valor limiar (geralmente por volta de 55 mV).
  • Nesse limiar, canais de Na+ dependentes de voltagem se abrem na membrana, permitindo que muitos íons de sódio entrem rapidamente na célula. Esse influxo de sódio faz com que o potencial da membrana aumente muito rapidamente, subindo até aproximadamente +40 mV.
  • Após um curto período de tempo, os canais de sódio se autoinativam (se fecham e tornam-se irresponsivos à voltagem), cessando o influxo de sódio. Um conjunto de canais de potássio dependentes de voltagem se abrem, permitindo que o potássio saia da célula por seu gradiente eletroquímico. Esses eventos rapidamente diminuem o potencial da membrana, trazendo-o de volta ao seu estado normal de repouso.
  • O canais de sódio dependentes de voltagem permanecem abertos um pouco mais do que o necessário para trazer a membrana de volta ao potencial de repouso. Isso resulta em um fenômeno chamado "pós-potencial hiperpolarizante" , no qual o potencial da membrana fica brevemente abaixo (mais negativo) do potencial de ação.
  • Eventualmente, os canais de potássio dependentes de voltagem se fecham e o potencial da membrana se estabiliza no potencial de repouso. Os canais de sódio retornam ao seu estado normal (permanecem fechados, mas se tornam novamente responsivos à voltagem). O ciclo do potencial de ação pode então começar de novo.

Transmissão de um sinal por potencial de ação

O ciclo acima descreveu o que ocorre em um pequeno trecho da membrana. Entretanto, um potencial de ação pode percorrer toda a extensão de um neurônio, do cone axonal (a base do axônio, onde ele se junta ao corpo celular) até a ponta do axônio, onde ele realiza a sinapse com o neurônio receptor.
Assista ao vídeo: Anatomia de um neurônio
Essa transmissão direcional de sinal ocorre por dois motivos:
  • Primeiro, quando uma parte da membrana (digamos, bem no cone axonal) passa por um potencial de ação, muitos dos íons Na+ entram na célula por esse trecho. Esses íons se espalham lateralmente por dentro da célula e podem despolarizar um fragmento de membrana vizinho, desencadeando a abertura de canais de sódio dependentes de voltagem e levando o trecho vizinho a ter seu próprio potencial de ação.
  • Segundo, o potencial de ação só pode viajar em uma direção – do corpo celular para o terminal do axônio – porque um remendo da membrana que sofreu um potencial de ação está em um "período refratário" e não pode se submeter a outro.
    O período refratário ocorre principalmente devido à inativação dos canais de sódio dependentes de voltagem, que ocorre durante o pico do potencial de ação e persiste pela maior parte do período de hiperpolarização. Esses canais de sódio inativados não conseguem ser abertos, mesmo se o potencial da membrana passar do limiar. O fechamento lento dos canais de potássio dependentes de voltagem, que resulta na hiperpolarização, também contribui para o período refratário ao dificultar a despolarização da membrana (mesmo depois dos canais de sódio dependentes de voltagem terem retornado ao seu estado fechado e ativável).
O período refratário garante que um potencial de ação vai ser propagado apenas em direção ao axônio, e não na direção contrária na porção do axônio que acabou de realizar o potencial de ação.
Crédito da imagem: "How neurons communicate: Figure 4," de OpenStax College, Biology (CC BY 3.0).
Quando o potencial de ação alcança o final do axônio (o terminal axonal), o estímulo induz a fusão das vesículas contendo neurotransmissores com a membrana, causando a liberação moléculas de neurotransmissores na fenda sináptica (espaço entre os neurônios). As moléculas de neurotransmissores podem se ligar a canais iônicos dependentes de ligantes na célula receptora e causar a despolarização dessa célula, fazendo com que ela realize seu próprio potencial de ação. (Alguns neurotransmissores também podem provocar a hiperpolarização, e uma única célula pode receber tanto os estímulos de hiperpolarização quanto o de despolarização).
Espero ter te ajudado! Boa sorte com seus estudos!
Felicidades,
Emily (Khan Academy - Biologia)

Quer participar da conversa?

Você entende inglês? Clique aqui para ver mais debates na versão em inglês do site da Khan Academy.