If you're seeing this message, it means we're having trouble loading external resources on our website.

Se você está atrás de um filtro da Web, certifique-se que os domínios *.kastatic.org e *.kasandbox.org estão desbloqueados.

Conteúdo principal

Ordens arquitetônicas Gregas

Uma ordem arquitetônica descreve um estilo de construção. Na arquitetura Clássica, cada ordem é facilmente identificável por meio de suas proporções e perfis, bem como por vários detalhes estéticos. O estilo da coluna utilizada serve como um indicador importante do próprio estilo, então a identificação da ordem da coluna irá indicar a ordem empregada na estrutura como um todo. As ordens clássicas—descritas pelos rótulos Dórica, Jônica e Coríntia—não servem apenas como descritores das ruínas das construções antigas, mas também indicam o desenvolvimento arquitetônico e estético da própria arquitetura Grega.

A ordem Dórica

Ordem Dórica
Ordem Dórica
A ordem Dórica é a mais antiga das três ordens Clássicas da arquitetura e representa um momento importante na arquitetura Mediterrânea quando a construção monumental fez a transição de materiais não permanentes — como a madeira — para materiais permanentes, isto é, a pedra. A ordem Dórica é caracterizada por um capitel de coluna simples, sem adorno, e uma coluna que repousa diretamente sobre a estilóbata (plataforma) do templo sem uma base. O entablamento Dórico inclui um friso composto de tríglifos — placas verticais com três divisões — e métopas — espaços quadrados para decoração pintada ou esculpida. As colunas são acaneladas e são de proporções robustas, senão encorpadas.
Ictinos e Calícrates, Partenon, Acrópole, Atenas, 447-432 a.C.
Ictinos e Calícrates, Partenon, 447-432 AC, Atenas
A ordem Dórica surgiu no continente Grego durante o fim do século VII a.C e continuou como ordem predominante nas construções de templos Gregos até o início do século V a.C, embora alguns edifícios importantes erguidos posteriormente no período Clássico—especialmente o Partenon canônico em Atenas—ainda a tenham empregado. Por volta de 575 a.C., a ordem pode ser devidamente identificada, com alguns dos elementos iniciais sobreviventes: as placas métopas do Templo de Apolo em Thermos. Outros exemplos iniciais, porém fragmentados, incluem o santuário de Hera em Argos, os capitéis votivos da ilha de Egina, bem como os antigos capitéis dóricos que faziam parte do Templo de Atenas Pronaia em Delfos, na Grécia central. A ordem Dórica encontra talvez sua plena expressão no Partenon, c. 447-432 a.C., em Atenas, projetado por Ictinos e Calícrates.

A ordem Jônica

Pórtico norte do Erecteion, 421-407 a.C., mármore, Acrópole, Atenas
Capitel jônico, pórtico norte do Erecteion, 421-407 a.C, de mármore, Acrópole, Atenas
Ordem jônica
Ordem jônica
Como seu nome sugere, a ordem Jônica originou-se na Jônia, uma região costeira da Anatólia central — hoje Turquia — onde se situavam diversos povoados da Grécia antiga. Volutas, ornamentos em espiral, caracterizam o capitel jônico, e uma base suporta a coluna, ao contrário da ordem Dórica. A ordem Jônica desenvolveu-se na Jônia durante a metade do século VI a.C e migrou para a Grécia continental por volta do século V a.C. Entre os exemplos mais antigos de capitel Jônico está a coluna votiva inscrita de Naxos, datando do final do século VII a.C.
O templo monumental dedicado à Hera na ilha de Samos, construído pelo arquiteto Rhoikos
c. 570-560 a.C, foi a primeira das grandes construções jônicas, apesar de ter sido logo destruído por um terremoto. O templo de Artemis em Éfeso do século VI a.C, uma maravilha do mundo antigo, também tinha um design jônico. Em Atenas, a ordem jônica também influenciou alguns elementos do Partenon, 447-432 a.C, notavelmente o friso que circunda o templo. Colunas jônicas também foram usadas no interior do portal monumental da Acrópole, conhecido como Propylaia, c. 437-432 a.C. A ordem jônica passou a ser usada no exterior na construção do Erecteion, c. 421-405 a.C, na Acrópole de Atenas, imagem abaixo.
Pórtico norte do Erecteion, 421-407 a.C., mármore, Acrópole, Atenas
Pórtico norte do Erecteion, 421-407 A.C., mármore, Acrópole, Atenas
A Ordem Jônica é marcante por suas proporções graciosas, que produzem um perfil mais delgado e elegante do que a ordem Dórica. O arquiteto da Roma Antiga Vitrúvio comparou o módulo Dórico a um corpo masculino robusto, enquanto o Jônico possuía proporções mais graciosas, femininas. A ordem Jônica incorpora um friso com relevo escultural contínuo, ao contrário do friso dórico, composto de tríglifos e métopas.
As ordens Gregas
As ordens Gregas

A ordem Coríntia

Capitel Coríntio
Capitel Coríntio
A ordem coríntia é a mais recente e a mais elaborada das ordens Clássicas da arquitetura. Essa ordem foi empregada tanto na arquitetura Grega quanto na Romana com pequenas variações e deu origem, por sua vez, à ordem Compósita. Como o nome sugere, as origens da ordem estavam ligadas na antiguidade com a cidade-estado grega de Corinto, onde, de acordo com o arquiteto escritor Vitrúvio, o escultor Calímaco desenhou um conjunto de folhas de acanto circundando uma cesta votiva (Vitr. 4.1.9-10). Em termos arqueológicos, o mais antigo capitel Coríntio vem do templo de Apolo Epicuro em Bassae e data de c. 427 a.C.
Folha de acanto
Folha de acanto
O elemento definidor da ordem Coríntia é seu capitel elaborado, esculpido, que incorpora ainda mais motivos vegetais do que a ordem Jônica. As folhas de uma planta de acanto estilizadas, esculpidas, crescem ao redor do capitel, geralmente terminando logo abaixo do ábaco. Os romanos preferiam a ordem Coríntia, talvez devido às suas características delgadas. A ordem é empregada em numerosos monumentos marcantes da arquitetura Romana, incluindo o Templo de Marte Ultor, o Panteon em Roma e a Maison Carrée em Nîmes.

Legado do cânone arquitetônico Grego

As ordens arquitetônicas Gregas canônicas exerceram influência sobre os arquitetos e sua criatividade durante milhares de anos. Enquanto a arquitetura Grega desempenhou um papel fundamental em inspirar os Romanos, seu legado também se estende muito além da antiguidade. Quando James “Ateniense” Stuart e Nicholas Revett visitaram a Grécia durante o período de 1748 a 1755 e posteriormente publicaram As Antiguidades de Atenas e Outros Monumentos da Grécia, 1762, em Londres, a revolução Neoclássica estava encaminhada.
Cativada pelos desenhos e gravuras de Stuart e Revett, a Europa repentinamente procurou as formas Gregas. Arquitetos como Robert Adam lideraram o movimento Neoclássico, criando edifícios tais como o Kedleston Hall, uma casa de campo inglesa em Kedleston, Derbyshire. O Neoclassicismo até mesmo atravessou o Oceano Atlântico para a América do Norte, difundindo ainda mais a rica herança da arquitetura Clássica —tornando as ordens arquitetônicas Gregas não apenas extremamente influentes, mas eternas.
Texto do Dr. Jeffrey A. Becker

Recursos adicionais
Barletta, Barbara A. The Origins of the Greek Architectural Orders. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.
H. Berve, G. Gruben e M. Hirmer. Greek Temples, Theatres, and Shrines. New York: H. N. Abrams, 1963.
Cooper, Frederick A., e Brian Christopher. Madigan. The Temple of Apollo Bassitas: In Four Volumes. Princeton, NJ: American School of Classical Studies at Athens, 1992.
Coulton, J. J. Ancient Greek Architects at Work: Problems of Structure and Design. Ithaca NY: Cornell University Press, 1982.
Dinsmoor, W. B. The Architecture of Greece: an Account of its Historic Development. 3rd ed. London: Batsford, 1950.
Dinsmoor, W. B. The Propylaia to the Athenian Akropolis, 1: The predecessors. Princeton NJ: American School of Classical Studies at Athens, 1980.
Gros, P.Vitruve et la tradition des traités d'architecture: fabrica et ratiocinatio: recueil d'études. Rome: École française de Rome, 2006.
Gruben, G. "Naxos Und Delos. Studien Zur Archaischen Architektur Der Kykladen." Jahrbuch Des Deutschen Archäologischen Instituts 112, no. 1997, 261-416.
Hellmann, Marie-Christine. L’architecture Grecque 3 vol. Paris: Picard, 2002-2010.
Hoffmann, A. E.-L. Schwander, W. Hoepfner, e G. Brands, eds. Bautechnik der Antike: Internationales Kolloquium in Berlin vom 15.-17. Februar 1990 (Diskussionen zur archäologischen Bauforschung; 5). Mainz am Rhein: P. von Zabern, 1991.
Korres, M. From Pentelicon to the Parthenon: The Ancient Quarries and the Story of a Half-Worked Column Capital of the First Marble Parthenon. Athens: Melissa Publishing House, 1995.
Korres, M. Stones of the Parthenon. Los Angeles: J. Paul Getty Museum, 2000.
Lawrence, A. W. Greek Architecture. 5th ed. New Haven: Yale University Press, 1996.
Robertson, D. S. Greek and Roman Architecture. 2nd ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1969.
Rykwert, J.The Dancing Column: On Order in Architecture. Cambridge, Mass.: MIT Press, 1996.
Schwandner, E.-L. e G. Gruben. Säule und Gebälk: zu Struktur und Wandlungsprozess griechisch-römischer Architektur: Bauforschungskolloquium in Berlin vom 16. bis 18. Juni 1994. Mainz am Rhein: Verlag Philipp von Zabern, 1996.
Jones, M. Wilson. “Designing the Roman Corinthian Order,” Journal of Roman Archaeology 2, 1989, 35-69.

Quer participar da conversa?

Nenhuma postagem por enquanto.
Você entende inglês? Clique aqui para ver mais debates na versão em inglês do site da Khan Academy.